Sejam
bem-vindos!
Desculpem-nos
o sumiço, mas viajando pelo Brasil e fazendo palestras 3 vezes por dia fica
quase impossível construir as postagens com menos espaço de tempo.
Estamos
de volta para continuar falando sobre o tema das parafilias. Talvez seja
estranho para algumas pessoas lerem este tipo de postagem, pois parece algo
impensável, mas para nós que estamos no dia a dia mantendo contato com as
pessoas que vivenciam a parafilia e que se sentem à vontade para falar, sabemos
que isto existe de fato. Talvez vocês perguntem: Como saber se uma pessoa
realmente é parafílica?
É
bom lembrar que há pessoas que se aventuram em várias práticas sexuais e que
possuem ideias e fantasias sexuais momentâneas e socialmente aceitas, mas que
são consideradas pela grande maioria como exageradas. No entanto, não são
pessoas parafílicas, pois para ser considerado um parafílico, é preciso que os
sentimentos e prazeres sejam contínuos (por mais de 6 meses) e a excitação e o
prazer só ocorrem apenas em determinada
prática.
Entendemos
que, ser casado com uma pessoa parafílica, deve ser algo muito complexo.
Entendemos também que, os problemas gerados pela pessoa que é parafílica, trará
grandes desconfortos e dificuldades tanto para ele mesmo, quanto para a pessoa
que não é parafílica. Então, pensando nesta situação, resolvemos trazer um
pouco a respeito dos possíveis tratamentos para quem é parafílico e deseja
ajuda, pois conforme a Dra. Diehl (on-line, 2013), o tratamento sem motivação acaba resultando em
pouco sucesso.
Vejamos
as indicações apresentada pela Dra. Diehl (on-line, 2013) para o tratamento:
Com medicamentos:
Antidepressivos
(IRRS) em doses altas (diminuir libido)
Antipsicóticos
para conter os impulsos sexuais
Substâncias
antiandrogênicas: acetato de ciproterona e acetato de medroxiprogesterona, no
entanto, este medicamento ainda precisa de aprovação para ser uso em nosso
país.
O
tratamento ainda pode ser complementado com psicoterapias em diferentes
abordagens e linhas terapêuticas ou Grupoterapia.
No *prognóstico o pior ocorre quando...
...
mais precoce forem os sintomas, ou seja, quanto mais cedo, em termos de idade
apresentar os sintomas, mais complexo a condição.
...
não há culpa, ou quando o parafílico acredita que está agindo de forma normal.
...
o ato se estabelece de forma cotidiana e aumentando assim a frequência.
...
há ausência de atração não parafílica. Quando o parafílico não se sente nenhum
pouco atraído por outra forma de prática sexual.
...
há associação de substâncias psicoativas.
...
há múltiplas parafilias associadas.
Bem,
os tratamentos medicamentosos e outros apresentados acima tem como objetivo
demonstrar que há possibilidade de se tratar a pessoa parafílica. No entanto, o
parafílico deve procurar um médico para que este indique o tratamento adequado.
História
real

A medida que as aulas transcorriam e
o tempo foi passando, ele foi confiando e acabou confidenciando tantas outras
coisas. Então, pedimos para que ele nos contasse a história desde a sua
infância e, ao que parece, ele descobriu esta parafilia quando, aos 13 anos de
idade, caminhando numa estrada numa zona rural, sua prima de idade muito
próxima, pediu para fazer xixi e pediu para que ele ficasse de costas e também
cuidasse para que ninguém se aproximasse. E, conforme ele nos relatava sua
história, começou a lembrar que, mesmo sem olhar, ele ouviu o barulho da urina
batendo nas pedras e aquilo o encantou. Ele nos disse que até então, nunca havia
lembrando quando ocorreu o primeiro “encantamento” pela urina até aquele dia em
que conversamos. Isto foi um marco para a vida daquele homem que, antes se
torturava e agora estava ali descobrindo sua história de vida e como começou a
sua condição.
Parece que é algo simples, no
entanto, se descobrir, pode muito ajudar uma pessoa a compreender sua situação
e, assim, buscar ajuda.
Como
vimos, uma pessoa parafílica tem que estar muito disposta a ser “curada”,
entretanto, sua busca por ajuda poderá até leva-lo a focar em si mesmo e isto o
“distrairá” de sua condição que, muitas vezes, o envolve em muitas tensões e,
para descarregar-se, o parafílico vai em busca do "escape" destas tensões através
da prática da parafilia.
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*Prognóstico, em Medicina, é conhecimento ou juízo antecipado, prévio, feito pelo médico, baseado necessariamente no diagnóstico médico e nas possibilidades terapêuticas, segundo o estado da arte, acerca da duração, da evolução e do eventual termo de uma doença ou quadro clínico sob seu cuidado ou orientação. É predição médica de como a doença x paciente irá evoluir, e se há e quais são as chances de cura.
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Fica
um abraço a todos e, é bem provável que, ainda este mês iniciaremos temas
relacionados a fecundação, gravidez, possibilidades de fertilização, etc
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Referências Bibliográficas
Diehl,
A., Vida mental – disponível em
internet: https://www.youtube.com/watch?v=R6j2rfl_s-Y
acesso em 23.08.2016
Texto muito interessante e esclarecedor. Infelizmente, muitas pessoas tratam essa condição como "fetiche" e não dão a devida importância ao assunto. Creio que este é um assunto muito serio e relevante, daqueles que devem ser tratados nas igrejas, principalmente pelo ministério de família. Parabéns, Rai, por abordar algo tão sério e tão pouco falado.
ResponderExcluirJamais imaginei aexistencia desses distúrbios.Obrigada Rai.
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