sexta-feira, 29 de abril de 2016

Notícias de Nosso Blog! 2


Olá a todos os amigos leitores de nosso blog!

Este é um espaço onde você pode encontrar algumas notícias acerca do que está rolando sobre a área da sexualidade e conferir nossa agenda!

Estivemos em um encontro de casais dia 23/04 que aconteceu em um lugar lindo. Quem promoveu este encontro foi a Igreja Batista Central em Mage.

Este é o Pr Elias e você pode conhecer a igreja pelo endereço  Rua Comendador Reis, 152, Centro-Mage - RJ.



Agradecemos a Deus pela vida do Pr Elias e sua equipe pela oportunidade. Um grande número de casais estava ali e muito animados! Aliás, é o que sempre acontece quando o assunto está ligado ao tema da sexualidade: HARMONIA SEXUAL NO CASAMENTO! Este foi o tema escolhido por eles. Parabéns pelo excelente evento!


...E O DESAFIO FOI LANÇADO!
CONTRIBUA DIVULGANDO O DESAFIO, PARTICIPE MONTANDO SUA EQUIPE PARA REALIZAR AÇÕES REAIS QUE LEVEM AO MÁXIMO DE PESSOAS A REFLETIREM SOBRE ESTA DATA. SE PRECISAR DE DICAS DE AÇÕES NOS PEÇA AJUDA:
raigodoy@hotmail.com 


 DIA 28/05 ESTAREMOS EM DOIS EVENTOS FALANDO A RESPEITO DO TEMA DA SEXUALIDADE. UM DELES ESTÁ RELACIONADO A REFLEXÃO DA SEXUALIDADE FEMININA E SERÁ PELA MANHÃ CONFORME CARTAZ ABAIXO:


À TARDE, ESTAREMOS FALANDO, TAMBÉM, SOBRE O TEMA DA SEXUALIDADE, NO ENTANTO, SERÁ SOB A ÓTICA DA EVANGELIZAÇÃO DE PESSOAS ENVOLVIDAS NA PROSTITUIÇÃO. 
DEPENDÊNCIA QUÍMICA TAMBÉM SERÁ ABORDADA PELA RENI TEIXEIRA!

VEJA CARTAZ ABAIXO - VOCÊ É NOSSO CONVIDADO!



Já ficou sabendo do nosso curso sobre sexualidade? 
Se ainda não sabe, veja o nosso cartaz abaixo e confira nossos módulos!



Se quiser, poderemos incluir você em nosso grupo fechado: Curso Sobre Sexualidade. 
O curso é pago, mas a participação no grupo não. 

Neste grupo disponibilizamos informações a respeito do tema da sexualidade através de dicas de livros, artigos, vídeos, perguntas para debate e muito mais.
Se quiser participar, solicite sua inserção no grupo e assim o faremos com muita alegria! 

VOCÊ JÁ SABE DA PROMOÇÃO DOS LIVROS: 

UMA PORTA PARA A VIDA + QUEBRANDO CADEIAS DE AUTORIA DO PR GODOY 


O livro da esquerda é para Treinamento em Capelania Prisional e, o da direita é livro de testemunho pessoal e ajuda na evangelização de pessoas sem esperança.
 Os dois R$ 25,00 + frete. 
Pedidos in box no Facebook do autor


MAIO: UM MÊS QUE TRATAREMOS POSTAGENS SOBRE O TEMA  DO ABUSO SEXUAL INFANTIL! FIQUE ATENTO E PARTICIPE TAMBÉM, SE QUISER SABER COMO PARTICIPAR, NOS CONTATE ATRAVÉS DO NOSSO EMAIL! 

GRATA A TODOS QUE TÊM NOS ACOMPANHADO, TANTO OS BRASILEIROS QUANTO OS AMIGOS E LEITORES ASSÍDUOS DE OUTROS PAÍSES COMO: 

Estados Unidos, Alemanha, Angola, Reino Unido, Índia, Polônia, Argentina, Portugal, Chile, Irlanda, Camboja, Moçambique, Venezuela, Suécia, França e tantos outros com menor número de acessos!

Se você que é de outro país ou mesmo do Brasil e nos acompanha, mande-nos uma foto sua para que a gente possa colocar em nosso espaço: Notícias de Nosso Blog! 

Abraços a todos e todas!




terça-feira, 26 de abril de 2016

PERFIS - Delma Soares, uma história que nos inspira!

Sejam bem vindos ao nosso espaço PERFIS!
No final desta entrevista, deixe seu comentário, pois você concorrerá a um livro.

Hoje nós temos uma pessoa muito especial para entrevistar: Delma Soares!  

Quem é ela?
Uma pessoa preciosa! Um exemplo de dedicação, humildade e amor... São tantas as suas qualidades que, em apenas uma postagem, não daria para descrevê-la!

O que ela faz?
Delma: Há seis anos vinha trabalhando com evangelização de travestis e mulheres que se prostituem, mas, atualmente, minha evangelização e apoio está direcionado às mulheres da guaicurus (centro de prostituição). É neste local que temos levado o amor de Deus, mostrando que há esperança de uma vida melhor, honesta, digna e de respeito àquelas mulheres.

Seus Estudos?
Delma: Estou no 3° período na área de serviço social, sempre participo de vários cursos e seminários.

Serva fiel, temente e cheia de energia para gastar nas coisas do Reino de Deus! Ela não tem tempo a perder, pois está fazendo uma grande obra!

Vamos à entrevista...

SM: Olá Missionária Delma... Enfim, estamos aqui para este momento que, particularmente, eu aguardei ansiosamente! Queremos saber um pouco mais de você e seu trabalho. Você nasceu em Minas Gerais mesmo? Qual cidade?
Delma: Sim, nascida em Minas Gerais. Sou da Cidade de Ferros, mas cresci e fui criada na cidade de Sabará.


SM: Seu trabalho já deve tomar muito do seu tempo e ainda faz o trabalho de evangelização e cuidado entre as pessoas que se prostituem. Como tudo isto começou? E tem quanto tempo que você se dedica a este ministério?
Delma: Durante o dia, trabalho em um Pet shop. Mas, há seis anos, vinha trabalhado com a evangelização de travestis e mulheres que se prostituem. E, como já citei anteriormente, hoje em dia, direciono meu trabalho de evangelização às mulheres da guaicurus (centro de prostituição). O objetivo deste ministério é levar o amor de Deus que traz esperança de uma vida melhor, mais honesta, mais digna e de respeito. Apesar de trabalhar durante o dia em um Pet Shop, praticamente, dedico o dia todo ao ministério, porque evangelizar com amor, não é apenas ir lá e falar, mas manter contato através de uma ligação, de receber mensagens com de pedidos de oração... enfim, são múltiplas tarefas com demonstração de carinho e muito respeito por cada uma delas. Eu amo o que faço e estar falando do amor de Deus com estas meninas tem me feito crescer e entender cada dia mais o quanto Deus nos ama!

SM: Que tipo de sensação você tem quando está falando do amor de Deus através de palavras, ações de carinho e cuidado para com estas pessoas?
Delma: A sensação é única! É única porque falamos de Jesus nos momentos em que elas estão ali tentando ganhar o dinheiro delas e, vê-las parar para dar atenção ao que estamos falando é muito gratificante. Nestes momentos, surge a alegria de poder dar um abraço nelas... É quando elas saem dos seus quartos para tomar um lanche conosco... Só Deus mesmo para nos permitir tal momento.

SM: Você cursa Serviço Social, ok? O que te motivou a escolher este curso? Tem a ver com o seu ministério?
Delma: Sim, curso. Na verdade eu queria entender, saber mais do que podemos oferece-las, além da área espiritual.

SM: Você é solteira e sua vida é muito diferente das pessoas que você evangeliza, como elas encaram esta diferença?
Delma: Sim, sou solteira... muito diferente mesmo e, muitas vezes, fazer com que o outro entenda o meu ministério, minhas ações com elas, é muito difícil, mas deixo esta parte com Deus.

SM: A área da sexualidade é muito pesada e cheia de estigmas sociais. Você se sente preparada para realizar este trabalho? O que te leva a pensar que você é capaz para realiza-lo?
Delma: Na verdade, cada dia que passa, Deus tem me capacitado e tenho passado por experiências sensacionais ali naquele local, não digo que sou preparada, mas sou convicta que tenho um chamado especial para trabalhar nesta área.

SM: Conte-nos algo que tenha impactado você de forma negativa!
Delma: Minha frustração é quando vejo aquelas meninas brigando, apanhando e, muitas vezes, por causa de 10 ou 20 reais que o cliente não quis pagar, isto mexe demais comigo. Se seu tivesse condição eu jamais deixaria aquela mulher apanhar após um programa feito e, além disto, não honrar o que foi combinado. É difícil quando, muitas vezes, elas me ligam pedindo ajuda e eu não tenho como ajudar.


SM: Agora nos conte algo que tenha te motivado a prosseguir neste ministério!
Delma: Há cada dia que passa, vejo o agir de Deus na vida daquelas mulheres que temos acompanhado de perto na Casa de Amparo. É maravilhoso saber que vieram da guaicurus, passaram pela Casa e por todo o processo de mudança. É lindo saber que, hoje, estão trabalhando honestamente, estão com a vida transformada e vivendo ao lado de seus filhos. É isto que me faz muito feliz... É isto que me motiva e me faz prosseguir.

SM: Quando você imaginou que, um dia, estaria numa entrevista como esta? Como se sente?
Delma: Nunca! Até porque, como falo sempre, não tenho nenhuma formação acadêmica ou curso de teologia e outros que julgo importante para isto. A única coisa que tenho é o amor por aquelas mulheres, então esta entrevista, também, para mim tem sido Deus me mostrando o quanto sou capaz de fazer muito mais.

SM- Agradecemos sua participação em nosso blog e aos que creem, pedimos orações pela sua vida!

Querida missionária Delma, pelo seu trabalho dedicado às pessoas que já são discriminadas por uma grande parte de pessoas da sociedade, separamos um vídeo para você! Que você se sinta, através desta entrevista, valorizada e reconhecida publicamente por quem é, pelo amor que tem e pelo trabalho que faz!






domingo, 24 de abril de 2016

Sexualidade do Casal Cristão: Testemunho!


Há muitas coisas que podem influenciar na relação sexual do casal. E há várias dimensões do ser humano que podem atrapalhar e muito a vida sexual do casal.


Ele teve coragem de relatar a própria história! Então, assistam este testemunho e veja nos detalhes da fala dele o que pode ser parecido com o seu casamento e, se algo, pode ajudar a você!

O vídeo está dividido em duas partes. 







Apesar de ter gostado da disposição dele em compartilhar, fiquei pensando nos dias atuais em que, há esposas que ganham mais que muitos esposos... perguntas rondam a minha mente: Mulher não é barato?... Mulher é caro?... Como assim?


Deixe seu comentário e concorra a, todo mês, um livro com o título:

 QUEBRANDO CADEIAS do Pr Celso Godoy. 


Observei que há muitos angolanos e o pessoal dos EUA
acessando nosso blog! 
Boas Vindas ao povo dos EUA e ao povo lindo de ANGOLA! 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Notícias de nosso blog! 1

*Se você gosta de ver alguém pagando um mico, assista ao vídeo no final desta postagem! kkk

Chris veio aqui em casa, pessoalmente buscar o livro dela que ganho no níver de dois meses do blog! E ficou se achando com o seu noivo Kelvin que também tem um blog! 


Na última terça feira (19.04), estive numa palestra para casais! 

Pr Marcelo foi quem nos convidou para a palestra e fez a abertura!
André e Márcia, um dos casais! Casal muito simpático!
Toda a turminha que tava presenta na palestra!
A Vládia, à esquerda de calça branca, grávida de seis meses:
uma pessoa que eu respeito muito! 
 

Ruan, eu e Marize:  grande pessoa!
 *Mesmo no meio do barulho da galera, depois da palestra, falamos um pouco com o André e a Ana (ops) a Márcia! kkk Assista o vídeo e veja o que aconteceu quando eu falei com ela! Micoooo!


Por enquanto são estas as nossas notícias, mas claro que tem mais coisas! Depois eu conto tudinho! rs

Beijos e bençãos à você que veio! 


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Hábitos Sexuais e o Câncer!




Segundo o INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, a maneira como as pessoas se comportam, em seus hábitos sexuais, pode aumentar a exposição aos vírus carcinogênicos sexualmente transmissíveis.

Dentre os comportamentos apresentados pelo INCA estão:

1- A precocidade do início da vida sexual, ou seja, a prática de forma desenfreada de atividades sexuais entre adolescentes que, segundo o site Andaia FM, tem apresentado resultados bastantes negativos que vão além do câncer. Resultados estes que atrapalham o futuro destes adolescentes, também, em termos emocionais e, consequentemente, relacionais.  

2- A variedade de parceiros tanto da mulher como do homem estão relacionados ao maior risco de câncer do colo do útero. Afirma o site do INCA que faz este alerta dizendo que os hábitos sexuais contribuem para a propagação de agentes sexualmente transmissíveis, e que são capazes de induzir o câncer.

Ainda, conforme o site do INCA, segue abaixo, alguns tipos de vírus com potencial carcinogênico que podem ser transmitidos através da atividade sexual.

1- O papilomavírus humano (HPV) = Relacionado ao câncer do colo do útero.

2- O vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), associado a outros tipos de vírus, como o citomegalovírus e os herpesvírus I e II, pode desencadear o aparecimento de *sacoma de Kaposi, câncer de língua e de reto, respectivamente, em pacientes portadores de Aids;

*Conforme o site do Dr. Drauzio, Sarcoma de Kaposi “é um tipo de câncer que acomete as camadas mais internas dos vasos sanguíneos. Além das lesões na pele, podem surgir outras semelhantes nos gânglios, no fígado, nos pulmões e por toda a extensão da mucosa intestinal (provocando sangramentos digestivos) e dos brônquios. É comum também elas se instalarem na parte interna das bochechas, gengivas, lábios, língua, amídalas, olhos e pálpebras.” (on-line, 2011)

3- O vírus HTLV-I está associado a leucemias e ao linfoma de linfócitos T;

4- O vírus da hepatite B está associado ao câncer de fígado.

A prevenção do câncer...

Engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença.

Impedir que o câncer se desenvolva é o objetivo da prevenção primária. Para tal, é preciso adotar um modo de vida saudável e evitar a exposição a substâncias causadoras de câncer. Aqui, neste tema apresentado especificamente sobre os hábitos sexuais e a possibilidade de contrair câncer a partir de comportamentos de risco, é preciso rever as práticas sexuais adotadas.

Detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais é o objetivo da prevenção secundária do câncer.

Para saber mais sobre prevenção à este e outros tipos de câncer, clique aqui.

Referências Webgráficas
Portal do INCA. Disponível em internet http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco acesso em 19.04.2016
Prevenção ao Câncer – Disponível em internet http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco/como-prevenir-cancer acesso em 19.04.2016
acesso em 19.04.2016
Andaia FM 103,4. Disponível em internet http://www.andaiafm.com.br/index/noticias/id-3296/consequencias_da_precocidade_na_vida_sexual Acesso em 19.04.2016


domingo, 17 de abril de 2016

Índios do Brasil: Refletindo sua Sexualidade!

Esta postagem é um breve resumo da entrevista feita a duas antropólogas no dia 4 de setembro na sede do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo – Carmen Junqueira e Betty Mindlin – a respeito de suas experiências no trabalho com as índias. Ao final deste texto você encontrará referências bibliográficas.

Vale lembrar que as reflexões das referidas antropólogas sobre o tema resultam apenas de sua vivência com algumas comunidades indígenas, entre os Kamaiurá, os Cinta Larga, os Suruí, e outros. Assim sendo, essas reflexões não devem ser consideradas como conclusões de uma pesquisa com um número expressivo de comunidades, que vivem em centenas de aldeias, cada uma mantendo suas tradições.

As experiências e observações relatadas pelas referidas antropólogas giraram entre as décadas de 60 e 70 aproximadamente. Elas iam e voltavam das aldeias por determinados períodos de tempos e por vários motivos, sendo que um deles foi a época da ditadura e os militares não as deixava voltar. No entanto, Carmen afirmou que esteve em julho de 2003 visitando a aldeia.

Obs.: todos as informações entre parênteses explicam algumas palavras que talvez não sejam muito familiares para alguns leitores e foram feitas no intuito de compreender o texto ao máximo. Tudo que estiver entre aspas são afirmações sem alterações no texto e as reticências significam que alguns textos foram retirados para não estender ainda mais a postagem.



 Carmen – “Não é muito fácil falarmos sobre a mulher indígena porque os povos com os quais trabalhamos” ... “as mulheres eram muito recatadas. Os poucos que falavam português eram homens.” Assim, “O primeiro contato mais forte que tive com as mulheres foi entre os Kamaiurá, do Xingu”. E, nesta aldeia, “...O homem tem mais prestígio, mas com o tempo é possível perceber que a mulher não faz questão desse prestígio, ela não impõe essa necessidade à sociedade.”

“As mulheres desta aldeia têm um conhecimento enorme sobre o corpo da mulher: a formação e o funcionamento do corpo, a menstruação, a concepção, o parto, o aborto, o anticoncepcional. São donas do próprio corpo.

“Para a mulher, que concebe, é mais complexo, a ela cabe a decisão de ter ou não ter o filho, abortar, tomar anticoncepcional ou praticar o infanticídio, porque isso é praticado pelas mulheres... São decisões graves que ela toma... Em pouco tempo vi que todas as mulheres da tribo tinham o domínio da vida... São as reprodutoras da vida, mas as donas também, porque os homens não interferem na esfera do aborto, do anticoncepcional. A decisão é delas.”

Betty – “... Eu tinha a impressão, desde o começo da minha pesquisa de campo, de uma intimidade muito grande com as mulheres... são muito extrovertidas, falam muito.” Disse a entrevistada a respeito dos Suruí, de Rondônia.

“As mulheres não usavam roupa alguma nessa época. Elas imediatamente nos cercavam com uma afetividade enorme. É uma característica desse povo o domínio feminino nítido, aparente, por exemplo, nos rituais de reclusão, que, então, em 1978, eram óbvios. (Hoje em dia não são tão óbvios.)”

“Entre o povo Suruí, as mulheres ficam em reclusão depois de cada parto, na menarca (apenas para quem não conhece o termo, menarca significa: primeira menstruação) ... Isoladas... ficam quatro ou cinco juntas quando menstruadas. Conversam muito. As situações de reclusão são maravilhosas para desvendar o que pensam. Ao entrar na maloquinha, (uma espécie de cabana pequena) imediatamente fica-se somente com as mulheres, elas sem roupa, com criança no peito... As mulheres falavam de determinados assuntos com uma espontaneidade que os homens não têm.”

Segundo Betty, as mulheres desta aldeia Suruí, deram “acesso ao universo do parto, da menstruação, do sofrimento, das mulheres que apanham, que vêm nos confidenciar, desfiar nomes dos amantes. Sabemos quem são eles pelos colares exibidos nos pescoços dos homens, presentes delas.

Betty ainda observa que “... embora as esferas de homem e mulher sejam claras, não há rituais propriamente proibidos às mulheres. Nos Suruí não se tem a sensação de segredo para as mulheres, como entre os Kamaiurá...”

Na entrevista, a antropóloga Carmen citou um relato que ouviu na tribo dos Kamaiurá. Ela falou que as mulheres da aldeia descobriram que um dos índios falou com elas que tinha o desejo de ser mulher e elas avisaram para todo mundo que ele queria ser mulher. “Ele passou então a usar indumentária feminina, o uluri, semelhante a um biquíni muito pequeno, e deixou o cabelo crescer.... “Os homens o namoravam, como se namora uma mulher, ou pelo menos quase como se namora uma. Ia tudo muito bem, até que um dia ele ficou ‘grávido’. Os índios temeram que outras tribos falassem que na aldeia deles, homens tinham filhos. Envenenaram-no e o mataram... pode-se aceitar um homem-mulher, que deseja ser mulher, mas não um homem ‘grávido’, que tenha um filho de outro homem. Torna-se uma identidade muito confusa. Quando só o comportamento se altera, é possível.”’



Sobre a nudez e a sexualidade...

Em sua entrevista, a antropóloga Betty afirmou “... Nós vemos a nudez como vergonha. Para eles a roupa tinha outro sentido – estavam usando de enfeite. O que se sabe sobre sexualidade indígena é praticamente nada...”

Já a antropóloga Carmen disse que, sobre a sexualidade o que se sabe “É pouco, muito pouco...” mas ela relatou que entre os Kamaiurá o início da relação sexual "começa-se encostando o pé, esse é o primeiro toque, o pé descalço... É curioso, como é cultural localizar a zona erótica. Era o pé!”

Estudos Avançados perguntou se a vida amorosa dos índios era mais simples e menos complicada do que a dos ‘civilizados’?

Betty – “Ao contrário, acho que não é, cada povo é diferente do outro, e mesmo os povos com quem nós duas convivemos apresentam traços muito distintos. ... Vê-se entre os Suruí casais que são muito fiéis, que se amam a vida inteira, mas há outros que mudam muito de parceiros, com o apoio da família. A independência feminina é relativa. Os homens é que trocam as mulheres entre si, para fazer alianças. Vi situações violentas, quase de guerra entre aldeias, em que as mulheres eram as ‘Helenas de Tróia’. Eram obrigadas a se casar com um homem determinado em virtude de acordos feitos entre os pais, que, em geral, eram cunhados, ou era o tio materno, dando uma esposa para o sobrinho. Mas ela podia fugir e de vez em quando fugia, com aprovação tácita da própria família. Mudava de marido e de lugar. Essas situações eram variáveis. O que nos leva a indagar qual é a liberdade amorosa e sexual que as mulheres têm, dentro de que limites?”

O respeito às mulheres...

Betty afirmou “Eles consideram que o amante (se referindo ao namorado) que avançar sem consentimento, ou com precipitação, é um estuprador... para um rapaz que fizer um gesto indevido, como pôr a mão entre as pernas da moça, quando ela ainda não deixa, embora esteja deitado a seu lado, as peles se tocando. O namoro começa como um namoro urbano, com um olhar, um sinal de interesse, mas eles ficam juntos de modo contido, antes do casamento, até que ela resolva. Eles acham que se não se cria uma intimidade entre o par não pode haver sexo.”

Sobre o estupro, as antropólogas relataram...

Carmen – “Lá entre os Kamaiurá, definitivamente não existe.” Ela acrescentou ainda, “Fui vendo, de fato, que eles não podem ter relação sexual a não ser com amplo e explícito consentimento da mulher.”

Betty – “Nunca vi isso acontecer entre os povos que conheço” (se referindo aos índios das aldeias em que esteve presente por algum tempo).

Estudos avançados perguntou: O que é vedado às índias?

Betty – “Nas questões de sexualidade há uma enorme dificuldade em saber o que se passa entre os índios. Praticamente só acreditamos no que vemos e ouvimos, porque há um monte de dúvidas sobre todos os assuntos possíveis. As relações sexuais começam muito cedo, antes mesmo da menarca. É um fato nos povos que conhecemos. Parece não haver violência em relação às meninas e elas são educadas para o relacionamento sexual por esses parentes mais velhos, sendo criadas por eles com carinho, porque são pessoas dentro da categoria prescrita de parentesco.”

“Outro assunto que me intriga demais... tem a ver com violência, é a casa dos homens. Há povos que têm a casa dos homens, mas cada uma é diferente da dos outros... Mas as diferenças entre as casas dos homens são muito grandes se pensarmos nos Xavante, nos Kaiapó, nos Kamaiurá, nos Munduruku, nos Karajá, nos Javaé... Em alguns povos, as mulheres vão à casa dos homens em certas ocasiões, para relações sexuais com múltiplos parceiros. Noutras, jamais entram, o espaço público é masculino. Em alguns povos, só os homens podem sonhar, as mulheres não... Nos Javaé, só a pude ver de longe. Realmente é impensável uma mulher Javaé chegar perto, até mesmo cruzar as fronteiras proibidas. Atravessar os caminhos masculinos é uma transgressão.”

Carmen – “No caso que conheço, o Kamaiurá, basicamente, há flautas jacuí e a casa dos homens. Se uma mulher olhar a flauta jacuí ela é estuprada por toda a aldeia. Esse é o castigo. Nunca soube de alguma que tenha sido punida, mas conta-se que uma mulher, de tal povo, que passou inadvertidamente, talvez tenha sofrido as consequências. Então existe o estupro como a maior punição que pode ocorrer a uma mulher, quando transgride a regra de não poder ver as flautas.”

Betty – “O jacuí é uma referência e um mito fundamental que existe entre vários povos, como os Munduruku. Originariamente, em tempos míticos, instrumentos musicais pertenciam às mulheres, depois foram roubados pelos homens.”



Sobre a violência contra as mulheres...

ESTUDOS AVANÇADOS perguntou: “Há violência não restrita ao problema sexual, violência por outras razões? Estou querendo estabelecer um contraste com o "mundo civilizado", em que toda sorte de violência as mulheres sofrem.”

Carmen – “Entre os Kamaiurá, se um homem pega a mulher traindo, no chamado flagrante, ele bate nela. Mas é uma batida também meio para inglês ver. O inverso, se a mulher pega o marido transando com uma namorada, ela bate na mulher. E bate firme, morde, puxa o cabelo, mas não bate no marido. Por aí você vê a diferença, a mulher apanha dos dois lados, essa que apanhou, por certo depois também iria apanhar do marido depois.”

Betty – “Alguns povos de Rondônia batem bastante na mulher. A gente vê muito olho roxo.”

Carmen – “Quando se trata de um homem que é da aldeia não ligam. Mas quando é homem de fora, que é de outros grupos Cinta Larga, que chega na aldeia e namora, aí não pode. Também se há um namoro que não é previsto pelas regras possíveis do circuito matrimonial, a mulher apanha. Nunca vi apanhar, mas dizem que ela, toda quebrada, vai para a rede.”

Ainda sobre a violência Betty disse “Quanto ao jogo por mulheres, a guerra por mulheres, isso certamente é anterior ao contato dos índios com as cidades. Porque um chefe chega a matar um dos seus para pegar a mulher dele. Seria preferível uma forma menos definitiva de alijar o rival. Mas parece que a tomada à força das mulheres está inserida na tradição de vários desses povos.

Na entrevista, as antropólogas também trocaram perguntas entre sim. Uma destas perguntas diziam respeito a liberdade da mulher indígena em relação à mulher ‘civilizada’. Eis suas respostas:

Carmen – “... penso que a liberdade da mulher indígena é maior.”

Betty – “Essa liberdade realmente existe, apesar da posição da mulher não ser a mesma do homem. As mulheres no mundo indígena não são chefes, são pajés apenas em alguns povos, não têm tanto acesso às drogas alucinógenas, ao sobrenatural. No entanto, penso que mesmo dentro dessa ciumeira de casamento elas realizam-se mais. Podem dar ‘escapadas’, jamais são solitárias. Em geral, os homens é que são poligínicos (em antropologia social se refere a prática de um homem de contrair matrimônio com várias esposas. No entanto, as mulheres só pode ter um homem. Em sociobiologia o termo significa o hábito de algumas espécies pelo qual o macho possui mais do que uma parceira sexual) – há poucos povos com poliandria (quando uma mulher é casada ao mesmo tempo com vários homens), com alguns casos no Brasil, raros. Mas elas namoram bastante. Se um homem namora sete ou oito mulheres é porque a mulher está namorando sete ou oito homens, a gente vê pelos colares, no pescoço das pessoas.”

Um pouco mais...

TRECHOS selecionados por Betty Mindilin do livro de Carmem Junqueira Sexo e desigualdade: entre os Kamaiurá e os Cinta Largo (São Paulo, Olho d'Água, 2002).

Sobre a Mulher, conta-se:
"Mavutsinim, o criador solitário do mundo, estava criando a humanidade a partir de troncos do mato, quando "[...] surge um bando de mulheres, saídas ninguém sabe de onde, interrompendo o processo com seu olhar profano. Os troncos regridem à forma roliça, engolindo braços e pernas [...]." (p. 19)

Sobre a Menstruação eles relatam:
"A explicação que os Kamaiurá costumam dar para a menstruação remonta a Mavutsinin que, talvez por descuido, deixou minúsculas piranhas na barriga das mulheres que criou. A todo mês elas mordiscam suas entranhas, provocando perda de sangue. Mas custa crer que o imenso perigo que a menstruação oferece tenha sido derivado de uma origem tão casual. É mais razoável supor que Mavutsinin as amaldiçoou, fazendo com que periodicamente lembrem à sociedade que foram elas as causadoras do fracasso da primeira tentativa de criação do homem. Imagino que Mavutsinin, ao ser surpreendido gerando vida, dom feminino que ele usurpou, acabou punido pelo próprio olhar profano das mulheres e obrigado a recomeçar o encantamento dos troncos. Sua vingança foi marcá-las com um estigma eterno, fazendo com que o sangue por elas vertido evoque o mistério da morte, a negação da vida, a destruição." (p. 27)

Este resumo teve como objetivo principal homenagear, de forma ímpar, os índios de nossa nação. Entretanto, verifica-se a importância de se conhecer um pouco da sexualidade de outros povos que, muitas vezes, passa alheio ao nosso conhecimento.

Nosso intuito não é o construir juízo de valor sobre quem quer que seja. Nosso intuito passa pelo crivo do conhecer e se aprofundar nas muitas facetas da sexualidade de um país amplo de culturas e plural em caminhos.

Referências Bibliográficas
Diálogo de Carmen Junqueira; Betty Mindlin, Índias e Antropólogas. Disponível em Internet http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300014 acesso em 17.04.2016