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Olá a todos e todas!
Como todos sabem, a
finalidade deste blog não é propagar assuntos religiosos, no entanto, boa parte
de nossos leitores são de linha religiosa cristã e uma pessoa com esta mesma
linha de fé, se disponibilizou a relatar sua história de ASI (abuso sexual na infância), assim, de maneira
alguma, deixaríamos de trazer esta história para conhecermos e aprendermos
sobre certos assuntos ligados ao ASI.
Nossa intenção é levar os nossos leitores a entenderem o que acontece com as pessoas que passam por este
trauma e como elas conseguem, aos poucos, trilhar um caminho de cura. Quem
sabe, a história desta moça nos faça pensar os vários caminhos e inclusive de
fé. E, como podem nos ajudar no processo de cura para este mal que tem nos afetado e
trazido grandes consequências para os que se tornam vítimas do ASI.
Bem, neste relato, você
irá se emocionar com certeza e pensando em tudo o que foi descrito aqui,
queremos proporcionar um Live para
considerarmos as palavras e frases que foram escritas em cor vermelha. Assim, que
a data da Live for decidida, estaremos postando no nosso Facebook pessoal (Rai goody). Se você ainda não conhece, por favor,
acesse este link e siga-nos para acompanhar nossas Lives interativas que ocorrem, geralmente nas terças-feiras a
partir das 22hs. Então, vamos à história real desta pessoa que nos brinda com o
seu relato.
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Eu queria que fosse agora
a hora em que tudo fosse apagado da minha memória, que toda dor pela vergonha e
pela culpa fosse eliminada. As lembranças vêm para me tirar a paz para
confrontar a realidade, as imagens do passado vêm para me assolar e me deixar confusa...
era assim que eu vivia...
Eu tinha entre 5 e 6 anos quando o primeiro
abuso aconteceu, era meu padrasto e, eu considerava ele como meu pai. Ele costumava esperar todos dormirem para vim me
tocar... lembro que, às vezes, eu me mexia para ele saber que eu estava
acordada então ele saía. Nunca tive raiva nem ódio dele, pelo contrário, tinha
e tenho ele como meu amigo... depois de um tempo ele parou... eu não sei o que
aconteceu, mas ele parou de vim mexer comigo.
Eu acho que ele ainda não
percebeu ou não sabe que eu sei o que ele fazia comigo, pois até hoje converso
e sou amiga dele... Depois que minha mãe separou dele, as coisas só pioraram,
pois, muitos homens começaram a entrar lá em casa. Uns, eram só amigos outros
namorados.
Não culpo minha
mãe, pois ela estava em busca da felicidade, mas isso custou a
minha... ela começou a namorar um cara que levou a gente para praia pela
primeira vez. Fomos em uma van com vários amigos da
minha mãe e, o namorado dela me levou no pescoço dele para o fundo do mar
onde a água batia no pescoço dele e, ele ficava me tocando, enquanto eu gritava para sair, mas ele falava para minha mãe
que eu estava com medo da água e ela ria acreditando nele. Mas, havia outro amigo
da minha mãe que ia muito lá em casa, um dia acabou a energia e ele
aproveitou para ficar passando a mão em mim. Era horrível!
Como a situação
financeira estava muito difícil, minha mãe alugou a casa e nós
ficamos morando no fundo. O inquilino da frente era um senhor e tinha um filho
adolescente e eles me molestavam e me davam dinheiro e
doce. Bem, de alguma forma, eu sabia que estava
errado, mas aceitava... eu tinha entre 7 e 8 anos. Depois de algum
tempo, tivemos que ir para outra cidade e lá morávamos em um cômodo e um
banheiro e, um dia, meu tio brigou com a esposa e foi morar uns dias lá em casa.
Infelizmente, ele fazia o mesmo que o meu padrasto... esperava todos irem
dormir para vim me molestar. Muitas vezes eu também me mexia para ele ver que
eu estava acordada e ele também saía.
Eu tinha 12 para 13 anos
e finalmente minha mãe tinha encontrado alguém bom com uma condição financeira
boa, e (crente). Só houve esse e um outro que
não foi direto morar na minha casa, e esse tinha casa boa, morava num lugar bom
e finalmente minha mãe iria ser feliz. Meu irmão e eu, já até chamávamos de
pai.
Um dia, minha mãe
resolveu morar com ele porque já estava perto de casar. Quando faltavam mais ou
menos um mês para minha mãe casar com ele, eu tinha acabado de tomar banho e
fui pentear o cabelo no quarto deles, pois só tinha espelho lá. Então, sentei
na beirada da cama e comecei a pentear o cabelo quando ele veio por trás e
começou a me beijar, lamber meu pescoço e forçar o órgão dele nas minhas costas.
Então, pedi para ele parar, mas ele continuou a forçar ainda mais o órgão dele
nas minhas costas então eu gritei e minha tia que veio e ele parou.
Esse foi o
único caso que eu contei para minha mãe, mas depois dela me
pressionar e questionar o motivo de eu querer morar com a minha tia, porém ela não acreditou em mim.
Um dia, eu estava
estendendo roupas aí, ele me pediu para não contar para ela, mas ela escutou, foi aí que ela acreditou... mesmo assim, ela casou com ele e
eu saí de casa. Eu tinha apenas 13 anos quando isto aconteceu!
Fui morar na casa de uma
amiga de minha mãe que se revoltou muito quando soube de minha história. Fiquei
lá até os 17 anos. Lembro que entre os 12 ou 13 anos de idade, eu saí da
igreja. Isto aconteceu porque eu era extremamente perseguida por minha mãe que
se mostrava muito rígida em termos da religião, mas minhas roupas eram
comportadas e eu fazia questão de andar corretamente, no entanto, nem isto era
o suficiente para ela... sempre tive a sensação que eu
era um problema por nunca satisfazer minha mãe, mas a verdade é que ela
era daquele jeito mesmo.
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Lu é a que está com a bebida em mãos |
Eu fiquei muito
revoltada, questionava Deus e perguntava porque motivos Ele me deixava passar por
aquilo tudo. Então, quando saí da igreja, cortei os cabelos e
mudei o meu jeito de vestir... comecei a beber muito e
fumar 03 maços de cigarros por dia. As bebidas preferidas eram as cachaças para
me embriagar mais rapidamente. Vivia de bar em bar, eu conheci mutias pessoas e tive contatos que hoje em dia, eu procuro esquecer!
Pensei em tanta coisas erradas que prefiro não relatar, mas foi por este período que voltei para Jesus. Acredito que Deus me livrou da
prostituição. Naquele dia, eu estava sentada na cama olhando as fotos da
infância e em muitas lágrimas... resolvi voltar para a igreja. Ali mesmo eu
orei e adormeci e, no outro dia... eu estava alegre! Então, eu liguei o rádio
numa programação evangélica. Foi quando eu chamei a vizinha que era cristã e
disse que queria conversar com ela. Quando ela chegou, disse: esta pessoa que
está falando na rádio é, a minha pastora.
Fui para igreja, na
época, eu estava namorando um rapaz e fizemos as coisas acontecerem tudo
certinho... namoramos, noivamos e logo casamos. Mas o
primeiro ano do casamento foi horrível. Eu não conseguia ver, no meu
marido, o homem que me preenchesse. Eu tinha repulsa
pelo ato sexual e foram muitas as vezes que chorei na hora do sexo.
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Lu e seu esposo Fábio |
Não teve outro
caminho... iniciamos uma terapia e o profissional era cristão.
Ele foi muito importante para mim naquele período. Ele, logo percebeu que eu
havia passado pelo abuso e me alertou que a terapia
poderia durar muito, mas havia um jeito para aquilo ser amenizado mais
rapidamente e me falou sobre liberar perdão às pessoas que abusaram de mim.
Mas, ele alertou também como seria demorado e doloroso
o processo.
Depois de três
anos, as palavras do terapeuta ainda ecoavam dentro de meu coração.
Àquela altura, já tinha duas filhas e eu não conseguia
abraçar as minhas filhas. Muitas vezes, minha filhinha de três aninhos vinha em
minha direção para abraçar e eu me esquivava daquele pequeno ser que só queria
carinho...
Após receber muitas orientações de uma outra cristã e do próprio Deus falar comigo, mas eu não queria me deparar com as lembranças do passado, para mim era mais fácil fugir do passado. No entanto, depois de muitas resistências... eu entendi!
Comecei a
orar... procurei minha mãe... consegui abraça-la e perdoar, mas faltava algo
para continuar a minha superação. Foi quando eu participei do Impacto Radical... E a minha vida foi
transformada de uma forma poderosa.
(para os que desejarem conhecer o Impacto Radical https://www.impactoradical.com.br/)
Bem, hoje, se
eu pudesse, apagava as memórias, mas quando eu lembro de minha história... é
como se as minhas forças fossem renovadas para poder ajudar as pessoas que
passaram pelo mesmo.
(para os que desejarem conhecer o Impacto Radical https://www.impactoradical.com.br/)
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Fábio e Luciana |
Hoje, eu
consigo organizar minhas ideias e não sou mais paralisada pelas minhas
lembranças.
Espero que este meu
relato possa ajudar as pessoas que precisam de ajuda nesta área. Não fique só,
acredite que Deus existe, que Ele direciona pessoas para ajudar na sua cura,
mas é claro que isto é um processo e que você pode cooperar e ser mais rápido
ou protelar e sofrer mais e adiar o processo de cura do ASI.
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Não temos palavras para agradecer o quanto estamos alegres com a superação desta moça/mulher que vem superando, com seu esposa e filhas, a dor do ASI e nos brinda com esta história que alimenta a esperança de tantas outras pessoas que sofrem a alcançar uma vida de paz e cura!
Gratidão enorme à Família Silva Oliveira!
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