Olá, sejam bem-vindos!
Na postagem de hoje,
contarei uma história que, assim como a postagem anterior, diz respeito a uma
pessoa que estava presente em uma das minhas palestras sobre sexualidade.
Então, vamos à esta história que é verídica, curiosa e engraçada.
Acredito que nunca mais
eu vá viver uma experiência destas. Fui convidada por uma igreja para realizar
palestras sobre sexualidade para casais... o local? Eu só conto a cidade, Rio
de Janeiro. A cidade maravilhosa que o Brasil e o mundo conhecem.
Lembro quando cheguei
naquela igreja e já havia sido recomendada a “pegar leve” pois haviam algumas
pessoas que não estavam acostumadas com o conteúdo que falaria, então, já
cheguei de “fininho” e pensando como eu deveria ficar atenta às minhas palavras
para não “chocar” a mente daqueles que estariam ouvindo minha palestra.
Cheguei um pouco antes
para me ambientar, mas haviam algumas pessoas que, também chegaram cedo. Fui
encaminhada para a sala indicada para a palestra. Ali, bem na porta, havia um
homem baixinho de bigode largo e grisalho, ele tinha uma cara bem fechada e um
semblante austero. Logo eu pensei, este vai dar trabalho... ele me interceptou
logo na entrada... bem ali na porta, estendeu a mão e logo foi dizendo que ele
era um dos membros fundadores daquela igreja... “Ops”, pensei. Eu, já estava
percebendo ali, a ideia do que me haviam alertado quanto às pessoas que
possivelmente, não entenderiam muito bem a respeito do tema em questão:
sexualidade.
Meu alerta disparou e eu
fui até a mesa e comecei a arrumei meu material... pensei bem e nem
usei o Datashow, pois não queria mais nem mostrar nada em tela... optei pela
palestra em si. Optei pelas palavras, pois elas, eu poderia dominar e usar
conforme achasse melhor para aquelas pessoas especificamente.
Bem, a palestra começou e,
quando menos esperava, um grupo de adolescentes que havia saído de uma reunião,
na pontinha do pé, entrou na sala e sentou bem quietinhos no final da sala. Eu
percebi a situação, mas não sabia o que estava acontecendo... continuei a
palestra e agora, com mais cautela pois os adolescentes entraram, afinal, a
palestra era para os casais ali presentes.
Não tinha nem começado a
palestra ainda, quando o senhor de bigode grisalho levantou a mão bem alto e
disse que queria falar... ele estava com cara séria e semblante de brabo.
Fiquei preocupada, mas eu sempre estou pronta para este tipo de situação em plena
palestra... já acostumei com os questionadores e já fiquei bem atenta com a
indagação dele ou mesmo alguma consideração oposta ao que estava desenvolvendo
em minha fala.
Aquele homem iniciou a
sua fala, exatamente com esta frase, “eu sou broxa”! Confesso que deu muita
vontade de rir, mas quis levar a sério as considerações que ele tinha para
fazer, achei que aquela primeira frase seria um exemplo de algo que ele usaria
como ilustração. Então, ele continuou... “eu sou broxa” e na segunda vez que ele
falou que era broxa, não deu outra, o povo que estava tentando se segurar, não
aguentou e foi uma explosão de gargalhadas. Nesta hora, os adolescentes não
puderam mais esconder a presença... e eu? Tentei contornar a situação, mas ria
com muita intensidade.
Pronto, os adolescentes
foram descobertos e tentaram colocar eles para fora da sala, mas deixaram eles
lá mesmo. O senhor de bigode grisalho estava lá, de mão para o alto, ele
tentava a todo custo explicar os motivos de ser broxa... ele não sossegou enquanto
eu não fiz um possível diagnóstico. Depois de muitas perguntas, percebi que ele
tomava fortes remédios para depressão. Assim, o acalmei e disse que ele poderia
ir conversar com o psiquiatra para passar remédios que se adequasse melhor as condições
dele. Aproveitei e o encaminhei para um amigo que era urologista. Afinal de
contas, o problema dele ultrapassava meus limites de especialista em
sexualidade.
Depois da primeira
palestra, houve uma parada e fomos tomar um caldo na cantina... resolvi sentar
na mesa daquele bigodudo grisalho. E ele continuava lamentando o fato de ser
broxa.
Bem, esta história nunca
mais saiu da minha cabeça e quando faço palestras a respeito de disfunções e
inadequações do casal, sempre falo deste caso e peço cautela para ninguém ficar
exposto como aquele senhor.
Quando retornei para
casa, o casal que foi me apanhar para levar ao local da palestra, disse que
nunca viu aquele irmão falar da própria vida e ainda mais sobre uma coisa tão
íntima. Disseram ainda que ele era a pessoa que mais estavam preocupados em
relação ao que ia ser dito nas palestras.
Acredito que ele tenha se
sentido à vontade para se expor e expor a sua limitação. Muitas vezes, só
precisamos de um momento, um lugar e a pessoa certa para nos abrir e falar um
pouco sobre nossas dificuldades, em especial, as relacionadas à sexualidade.
Bem, não sei se algum dos
leitores aqui, acredita que aquele era o momento certo, mas ele se abriu e,
hoje em dia, sei que ele não é mais o mesmo em sua igreja, deixou de ser carrancudo
e é amigão dos adolescentes.
Qual será o melhor lugar,
melhor momento e a melhor pessoa para tratarmos de assuntos relacionados a
sexualidade? Não sei se você tem problemas como o senhor de bigode grisalho,
mas uma coisa eu sei, se precisar de ajuda, busque-a e não sofra sozinho, pois
sempre há, pelo menos um ombro amigo que possa te escutar e você, não precisa
se expor desta forma, mas valeu para aquele senhor, para mim e para todos que
estavam presentes.
Esta é mais uma história
da vida real que pode nos alegrar, motivar ou ensinar algo, especialmente, que
devemos procurar ajuda e expor a nossa dificuldade, mas aconselho cautela. Kkk
Bem, isto é o que temos
para hoje, se você tem uma história pessoal relacionada a sexualidade e quiser
contar, por favor, me contate no e-mail raigodoy@hotmail.com
se desejar, faremos como esta história de hoje e não relataremos coisas que te
identifique.
Rai Godoy
Todos os artigos aqui postados são de responsabilidade e autoria de:
Rai Godoy - Especialista em Sexualidade, Inteligência Emocional e Analista de Perfil Comportamental - Life Coach - Conselheira Profissional – Hipnoterapeuta em formação - Membro da ABRASEX, SBRASH, SBIE e SLAC.