segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Entrevista - Consultora em Sexualidade: Leila Campos

Olá queridos e queridas!  


Ela é uma mulher empenhada e estudiosa. Está sempre inovando e apostando em tudo o que faz! Tem uma visão ampla e busca oferecer o melhor em suas palestras e comércio.

Atualmente, mora em Macaé, mas como ela diz: “Eu sou do Rio, sou carioca da gema”! É casada e seu sorrido mostra a felicidade desta união. Sempre muito gentil e ao mesmo tempo é firme em suas decisões e escolhas.

Então, vamos conhecer esta pessoa muito querida e estimada por quem a conhece!


SM – Queremos dar-lhe as boas-vindas e dizer que você é a nossa primeira entrevistada que está ligada diretamente à área da sexualidade. E isto nos dá uma sensação de muito contentamento, pois irá nos ajudar em questões muito importantes.
R- Agradeço essa oportunidade especialmente em poder compartilhar meus conhecimentos sobre a sexualidade. Esse é um tema muito importante especialmente por estar envolvido em muitos mitos, tabus e preconceitos que atravessam gerações e criam resistências e receios sobre um assunto tão importante para todos nós.

SM – Conte-nos um pouco de você.
R- Sou carioca da gema, rsrsrs e moro na cidade de Macaé-RJ há 24 anos, mas desde pequena já frequento essa cidade. Adorava passar as férias escolares na casa dos meus tios e brincar com meus primos. Aos 26 anos mudei definitivamente para esta cidade, sou casada e tenho uma filha de 22 anos.

SM – Então você é casada? Há quanto tempo está casada? O que o casamento representa para você?
R- Sou casada com Ricardo Vieira há sete anos. Aline, minha filha, é de meu casamento anterior, mas o importante é que todos nos damos muito bem inclusive com meu ex-marido com quem tenho um relacionamento amigável e respeitoso. Este laço de amizade é primordial para o psicológico dos filhos, independentemente da idade que eles tenham.
Casamento não é uma receita de bolo, mas existem ingredientes que não podem faltar tais como, comunicação aberta e franca, principalmente na intimidade, respeito, empatia, parceria nas atividades domésticas - não se trata de um ajudar o outro e sim a consciência do “fazerem juntos”. Além disso, numa relação saudável não pode faltar amor, carinho, companheirismo e cumplicidade.

SM – Hoje, você e seu esposo tem feito um bonito trabalho que ajuda as pessoas na área da sexualidade. Conte-nos um pouco de como é esse trabalho?
R- Atualmente somos consultores em Sexualidade, vamos nos formar em janeiro em Terapia Sexual. Realizamos consultorias individuais e com casais, auxiliando o/a cliente a compreender sua história sexual e o seu desenvolvimento e também como forma de reestabelecer a harmonia do relacionamento do casal. Um conjunto de técnicas são usadas para que o/a cliente possa se redescobrir em seus aspectos da sexualidade e também possam refletir sobre o porquê essa troca de energia deixou de acontecer. A terapia com o casal é realizada em duas etapas: inicialmente as sessões são individuais para que possamos trabalhar os aspectos inerentes à cada um. Numa segunda etapa reunimos o casal e o foco da terapia passa a ser as questões ligadas ao relacionamento onde são discutidos os aspectos ligados à comunicação, intimidade e o comportamento assertivo na relação.

É muito importante esclarecer que numa terapia de casal, ambos devem estar motivados em relação à terapia, mantendo uma atitude positiva em relação ao problema. Caso contrário podem ocorrer boicotes que tornam impossível o sucesso da terapia e, quanto isso acontece, as chances de ocorrer uma separação é elevada.

SM – Às vezes, o casamento é permeado de problemas, pois vida a dois não é fácil. Na área da sexualidade, diga alguns dos fatores que mais podem prejudicar a relação sexual do casal?
R- O ponto de partida para o sucesso na vida do casal é a comunicação. Pesquisas mostram que 80% dos casamentos acabam justamente por falta de comunicação.

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a sexualidade humana é parte integral da nossa personalidade. Ela é uma necessidade básica e um aspecto de nossa vida que não pode ser separado dos demais aspectos que estamos inseridos. Gosto de explanar sobre o que são esses aspectos da vida porque assim temos uma visão clara do contexto da sexualidade em nossa vida. Então vejamos: Nós nos dedicamos à nossa família, ao trabalho, lazer e vida social, culto religioso, estudos... E quanto ao aspecto de nossa sexualidade? Em que momento voltamos nossa atenção? Não estou aqui me referindo a coito, nem à presença ou não de orgasmo, sexualidade é muito mais do que isso. Falo de uma energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade e que se expressa na forma do sentir, no movimento das pessoas e como elas tocam e são tocadas, por isso deixo aqui a pergunta: Quando voltamos nossa atenção para esse aspecto de nossa vida? E a do nosso (a) parceiro (a)? Chega um momento na relação em que um diz para o outro: “Ei, estou aqui”. Felizmente, quando esse grito acorre, o relacionamento ainda está vivo, mas quando, ao contrário, o silêncio se estabelece, cria-se um abismo na comunicação que só tende a agravar a crise no relacionamento. Nesse estágio, a relação sexual já está bem comprometida, as inadequações sexuais tendem a crescer e as disfunções sexuais provenientes de causas emocionais ganham forma.

O conjunto de técnicas gerais e específicas que mencionei anteriormente, é utilizado para o tratamento das disfunções sexuais e das inadequações sexuais que, de uma forma simplificada são problemas sexuais envolvendo diminuição ou inibição do desejo sexual, dificuldades para manter o corpo excitado ou obstáculos para sentir satisfação com a atividade sexual.

Conceitualmente podemos definir as disfunções sexuais como sendo alguma alteração numa ou mais fases do ciclo de resposta sexual (desejo -  excitação – orgasmo) ou dor associada ao ato sexual, que se manifesta de forma persistente ou recorrente). Para o conceito de inadequação devemos considerar também o que seja adequação, ou seja, um casal que, funcional ou disfuncional, está satisfeito com sua interação na relação sexual e inadequado é aquele que não está. Por exemplo, uma mulher com vaginismo, cujo marido apresenta disfunção erétil, apesar de ambos terem uma disfunção, eles são convenientes um para o outro, pois ela não permitiria a penetração e ele não conseguiria penetrá-la, portanto estão adequados. Agora se um deles receber tratamento e o outro permanecer disfuncional, esse casal se tornará inadequado, pois o que não recebeu o tratamento não suportaria a demanda do outro.

Outro exemplo bem simples e bastante comum em nosso consultório são os casos em que um prefere fazer sexo à noite (normalmente o homem) enquanto o outro prefere sexo pela manhã. Quando isso ocorre estamos diante de um caso típico de inadequação sexual. Aqui vale uma dica: o homem normalmente prefere o sexo à noite porque a fase que se segue ao orgasmo é a resolução, um estado de bem-estar no qual o organismo necessita estar em repouso, não aceitando mais estimulação. Por isso é natural o homem dormir depois da relação sexual.

SM – Fale-nos sobre as disfunções sexuais femininas.
R- Das disfunções sexuais femininas, vou falar de duas que são as que mais frequentemente atendo em meu consultório. São elas a baixa libido ou falta de desejo sexual e o vaginismo.

O Desejo Sexual Hipoativo – DSH (baixa libido ou falta de desejo sexual) é a primeira queixa com maior frequência entre as mulheres que me procuram em meu consultório. Normalmente elas chegam com uma ou mais queixas relacionadas a:

Ausência de desejo sexual espontâneo,
Ausência de fantasias,
Fuga do relacionamento sexual (dor de cabeça, cansaço, sono...),
Resposta sexual insatisfatória em relação a excitação e ao orgasmo,
Baixa frequência,
Ansiedade.

E as causas mais comuns que levam a esse quadro de DSH são:

Doenças e substâncias químicas.
Alterações hormonais. 
Bloqueios emocionais e sexuais pessoais. 
Fatores negativos que envolvem o relacionamento do casal.

A outra disfunção sexual muito comum nas mulheres é o vaginismo, que pode ser definida como um reflexo de defesa que ocorre em forma de espasmos dos músculos perineais que se contraem provocando dor e impedindo total ou parcialmente a penetração da vagina impossibilitando ou dificultando a relação sexual e também o exame ginecológico. O vaginismo pode ser:

Primário: São os casos em que a dificuldade sexual se manifestou desde a primeira tentativa de penetração e, com maior frequência tem origem em causas psicossociológicas onde estão presentes educação restritiva ou punitiva a tal ponto de provocar repulsa pela atividade sexual. Também podem ser causas vivências sexuais negativas ou traumáticas, tentativas de estupro, abusos sexuais na infância como também relatos distorcidos da vida sexual.

Secundário: É aquele surgido após um período de vida sexual ativa e pode, igualmente, ser resultado de algum processo orgânico causador de dispareunia (dor na penetração). Numa situação em que a mulher seja capaz de se esquivar, o medo da dor pode ser tão intenso a ponto de provocar uma forte contratura da musculatura, desencadeando dor e alimentando a cadeia do processo do reflexo contrátil. Aqui também podem estar presentes fobia de câncer, exames ginecológicos traumáticos ou mesmo partos difíceis.

SM – Fale-nos sobre as disfunções sexuais masculinas.
R- Disfunção Erétil - A impotência sexual, também conhecida como disfunção erétil, é a incapacidade do homem em iniciar e/ou manter uma ereção do pênis suficiente para que haja relações sexuais.

A perda de ereção também pode se dar diante de sentimentos como ansiedade, medo, insegurança, perfeccionismo, os quais geram tanta ansiedade que leva o homem a criar um comportamento de espectador de seu desempenho sexual levando-o a um distanciamento do ato em si e dos momentos de prazer que o envolveria nas sensações eróticas. Resultado: por mais desejado e estimulante que seja o encontro, haverá uma recepção precária do momento e o pênis poderá não responder adequadamente.

A disfunção erétil pode ser resultado de problemas psicológicos e emocionais como:

Depressão
Estresse
Ansiedade por temor de desempenho.

Como também resultado de problemas físicos tais como:

Diabetes
Colesterol alto         
Distúrbios do sono
Hipertensão
Baixo nível de testosterona

Pode também ser resultado do uso de medicações ou uso de álcool e drogas.

Ejaculação Precoce ou rápida:
Na grande maioria dos casos a ejaculação precoce tem origem emocional, ligada principalmente a ansiedade. O tratamento dessa disfunção é realizado através de Terapia Sexual onde são aplicados exercícios e técnicas terapêuticas. Em graus elevados poderá haver o encaminhamento a um médico urologista para exames clínicos e/ou psiquiatra para prescrição de substâncias de controle da ansiedade.

Cobranças ou demonstrações de insatisfação da parceira em relação ao problema, invariavelmente agravam o quadro. Em última análise, todos os fatores geradores de ansiedade podem levar ao desencadeamento da ejaculação precoce.     

Outras disfunções: também fazem parte do quadro de disfunções sexuais masculina o desejo sexual hipoativo – DSH, aversão sexual, anorgasmia (quando o homem é incapaz de atingir o orgasmo, mesmo com estímulo sexual adequado) e dispareunia (dor genital associada ao ato sexual) 


SM – O que é mais complexo, tratar as disfunções ou a falta de diálogo entre os casais que tem este problema entre eles?
R- Quando o casal tem muita afinidade e a comunicação alinhada seja qual for o quadro, os tratamentos se tornam mais fáceis, no contrário o processo se torna bem mais complexo. Outro ponto importante a ser considerado é que as disfunções sexuais estão muito associadas a questões emocionais onde, a falta de comunicação funciona como fator agravante.

SM – Quem tem mais facilidade para procurar um profissional para falar sobre as questões sexuais: o homem ou a mulher? Por que?
R- Para esta resposta devemos considerar sobretudo a grande influência resultante de uma cultura patriarcal machista como a nossa, onde todos nós mulheres e homens somos vítimas. Diante de tantos mitos, tabus e preconceitos, o homem busca se perpetuar num patamar de conhecimento inato principalmente nas questões sexuais. Dessa forma a mulher tem muito mais facilidade em procurar ajuda para falar sobre suas necessidades, desejos e anseios.

SM – Sabemos que as disfunções sexuais, em sua maioria, têm origem psicológica, então, a ajuda de um psicólogo é o suficiente ou é melhor buscar uma orientação direta com um especialista em sexualidade?
R- Por definição, a terapia sexual é breve e focal e utiliza-se de técnicas gerais e específicas para tratamento de disfunções e inadequações sexuais. Além disso, a terapia sexual tem como objetivo auxiliar o/a cliente a compreender sua história sexual e o seu desenvolvimento. Nessa linha de atuação o terapeuta deve eliminar toda possibilidade de interferências orgânicas e/ou psicológicas que possam estar influenciando negativamente na saúde sexual de seu cliente. Dessa forma a atuação conjunta com médicos, psicólogos ou psiquiatras, dentro das necessidades que o caso apresente, é fundamental para o sucesso da terapia sexual.

SM – Em se tratando das disfunções sexuais o que você recomendaria para os casais de forma geral?
R- Vejam se essas situações lhe parecem familiar: a mulher apresenta pouca lubrificação e por isso a relação sexual não lhe é motivo de prazer dado o desconforto na penetração. Diante desse quadro o marido pensa que ela não o ama mais. Outra situação: O homem apresenta uma disfunção erétil e, nesse caso, a mulher pensa que ele a está traindo. Em terapia sexual, quando um casal busca ajuda por questões sexuais, digo que quem está doente é a comunicação e a intimidade do relacionamento. Portanto queixas sexuais é uma luz amarela sinalizando problemas no relacionamento e a ajuda de um profissional em terapia sexual é fundamental para se garantir a saúde e o bem-estar da vida sexual do casal

SM – O sistema de saúde no Brasil oferece, de forma gratuita, algum médico específico na área da sexualidade?
R- Existem as especialidades médicas tradicionais onde podemos destacar a Urologia, onde supostamente atuam os “especialistas nas questões sexuais masculinas”, a Ginecologia, onde supostamente atuam os “especialistas nas questões sexuais femininas” e a Hebiatria, ramo da medicina que trata das alterações típicas da adolescência. Entretanto sabe-se hoje que os problemas sexuais são bem mais abrangentes e não estão ligados somente a fatores fisiológicos e sim relacionados a aspectos biopsicossociais a serem tratados em seu conjunto de fatores desencadeadores das disfunções e inadequações sexuais. Esses aspectos extrapolam as áreas de atuação desses profissionais por requerer especialização específica em Sexologia e que nem todos a tem. Outro ponto importante a ser considerado são os fatores psicológicos intrínsecos às questões sexuais que, dependendo de sua extensão devem ser avaliados e acompanhados pela Psicologia e/ou Psiquiatria.

SM – O que gostaria de falar nesta entrevista que não foi contemplado nas outras perguntas?
R- Gostaria de deixar uma frase para reflexão: “O bem-estar da vida sexual do casal é um dos pilares para o fortalecimento da vida familiar”. Esse é o nosso lema e o propósito de nosso trabalho e outra que mostra a fundamental importância da comunicação na intimidade do casal: “Se o sexo traz consigo tantos perigos, foi por ter estado durante muito tempo reduzido ao silêncio”. Michel Foucault. 

SM – Saiba que sua entrevista vai ajudar a muitas pessoas que procuram o nosso blog e, por isto, ficamos muito agradecidos por sua disposição e colaboração. Por favor, deixe uma palavra para os nossos leitores.
R- Agradeço imensamente a oportunidade de poder plantar mais uma sementinha e desejo que essa entrevista possa motivar os leitores a serem agentes multiplicadores dessas informações tão preciosas.

Além de Consultores em Sexualidade, somos palestrantes na área da sexualidade, inclusive para o universo Gospel. Sou professora de Pompoarismo e proprietária da Mata Hari Boutique Sensual, loja física localizada na cidade de Macaé-RJ.

Nosso site está sendo reformulado para levar mais informações e novidades para o nosso público, faça-nos uma visita. www.mataharibs.com.br. Não deixe também de visitar e curtir nossa página no Facebook – “SEXUALIDADE EM AÇÃO”

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Educação Sexual: Por Que é Tão Difícil?

Olá! Sejam todos e todas bem-vindos!


Esta é a quarta parte de uma série de postagens sobre o tema: Sexualidade na família. Nesta parte, temos como intenção ajudar aos pais a encontrarem um ponto de partida para iniciar ou inserir o assunto sexualidade juntamente ao seu filho adolescente.

Qualquer pessoa pode discorrer sobre o que você deve falar como pai, mas ninguém vive em sua casa, com seu filho e com o conjunto de circunstâncias. Ninguém sofre os mesmos sofrimentos, angústias e temores. Todos sabem que existem muitos ensinamentos e receitas prontas para orientação, mas só um pequeno grupo está apto e capaz de abordar a vida de acordo com estes ensinamentos e estas receitas. O importante é ter consciência e aceitar as limitações como seres humanos e pais. 

Sabiam que os pais começam a dar educação sexual a seus filhos (as) no dia em que eles (as) nasceram?


Isto pode ser visto através de algumas atitudes que os pais tomam:

1- O nome escolhido para ele ou ela
2- A cor em que o quarto foi pintado
3- Os brinquedos que ganhou
4- O tipo de brincadeira que existia entre vocês

E mais que isto, tudo estava impregnado de expectativas. Assim, é impossível não projetar sonhos para os filhos e é assim que a identidade sexual de seu filho ou filha começa a ser construída, mas não é apenas esta relação que vai dar ao seu filho ou filha o sentimento de masculinidade ou feminilidade, pois outros fatores também, somam-se a esta realidade que é ponto de partida para a educação sexual dos filhos (as).

Precisamos lembrar! Este é o seu papel como pai: dar base para a educação sexual de seu filho (a).

Vejam como a sua relação com seu filho (a) pode influenciar a sexualidade dele por toda vida:

1- Preste atenção na maneira como você abraça seu filho (a) e a satisfação (alegria) que demonstra em estar ao lado dele. Todo os abraços e as formas de toques devem ser permeadas de alegria e acolhimento. Devem refletir segurança e dá sensação de pertença.

2- Gaste tempo em brincadeiras entre vocês. Não apenas compre presentes, mas seja presente e atuante nas brincadeiras dele (a). Isto é válido também na hora de estar ao lado e vendo algo que ele gosta e costuma assistir. Mesmo que seja apenas de vez em quando!

3- Demonstre amizade e parceria entre você e sua esposa, pois isto vai dar a seu filho (a) o prazer e o hábito de ser afetuoso com as pessoas. Se, as interações com seu cônjuge forem frias e distantes podem levar seu filho (a) achar que essa atitude é a norma nos relacionamentos adultos.

4- Mas fiquem atentos, pois além dos pais, os filhos aprendem com: a TV, cinema, amigos da escola, da rua, nas conversas que eles ouvem, internet e redes sociais como WhatsApp, Facebook, etc.

No entanto, independente do que ele vai receber como educação sexual fora de casa, o importante é ele ter uma base sólida de amor e exemplo de bom relacionamento a partir de casa.

Obstáculos à educação sexual: vamos olhar e tentar vencê-los?

Os sentimentos conflitantes com relação a sua própria sexualidade podem se tornar grandes obstáculos na educação dos filhos e filhas.

O tipo de criação que os pais tiveram na infância e juventude vão influenciar e até se tornar um obstáculo, caso decida dar aos filhos uma educação sexual diferente da recebida.

A questão religiosa também pesa muito na educação sexual. Se você é de uma religião muito rigorosa, pode não ajudar na hora da educação sexual.

A questão é que os pais passam por vários conflitos interiores e estes vão afetar o nível de conforto ao discutir sexo. Mesmo os que se sentem satisfeitos com sua própria sexualidade, podemos dizer que são raras as pessoas que experimentam total harmonia diante de todas as mensagens conflitantes que recebemos de nosso ambiente.

Ao ver estes obstáculos (e tem muitos outros) os pais podem ficar alarmados, pois em algum momento da vida, todos experimentamos algum grau de conflito interior relacionados à própria sexualidade. No entanto, isto não significa que você não seja capaz de oferecer uma boa educação sexual a seu filho. Mesmo sabendo que incomoda discutir o assunto sobre sexo, você é capaz de fornecer as ferramentas básicas da educação para o seu filho ou filha.

 A questão a ser pensada é o quanto você se sente desembaraçado o suficiente para educar o seu filho (a) numa abordagem que alcance o coração dele e fique impressa esta educação para toda a vida. Continua... próxima postagem!!!
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Para hoje é o que temos, próxima postagem, estaremos dando continuidade ao tema da educação sexual para os filhos e, se tudo correr bem, estaremos trazendo, em breve, umas dicas através de vídeos de nossos colaboradores e leitores do nosso blog!
Abraços fraternos a todos e todas!

Referência Bibliográficas

G. Jay, O adolescente e o Sexo: um guia para os pais. São Paulo/SP: Ed Best Seller, 1989.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Educação Sexual: Considerações e Temores

Olá queridos amigos e amigas.
 Sejam todos e todas bem-vindos!
Gentilmente cedido pela Família Pereira
Estamos de volta com nossas postagens sobre sexualidade na família. Nossa intenção é ajudar aos pais a determinarem o querem comunicar a seus filhos adolescentes e como melhor transmitir informações sobre sexualidade.

É melhor dar, aos adolescentes, informações corretas sobre sexo do que deixá-los obter de qualquer modo informações e abandoná-los ao acaso da educação sexual.

Vamos fazer algumas considerações?

1- Todos os pais se preocupam sobre o que vai dizer quando chegar o momento de conversar sobre sexualidade com seus filhos. Na verdade, em geral, todos nós temos muita dificuldade em falar sobre estes assuntos com quem quer que seja e a dificuldade aumenta quando esta conversa é com os filhos. Podemos afirmar que, até mesmo os especialistas no campo da sexualidade não sabem ao certo o que vão falar para os filhos.

2- É impossível reduzir a educação sexual de uma pessoa a apenas uma simples conversa. Podemos lembrar que a sexualidade é uma dimensão muito ampla, a mais íntima do ser humano e mais, ela perpassa toda a história de vida de cada um. Também, não é uma série de conversas desconectas que irão trazer informação necessária para educar adequadamente seu filho quanto ao sexo.

3- O que podemos fazer é preparar nossos filhos montando uma base bem forte para que, depois disto, a construção da sua sexualidade se torne algo mais tranquila e mais acertada. Este alicerce tem como intenção transformar os filhos adolescentes em adultos bem ajustados.

Assim, vemos que a educação sexual é um processo contínuo que irá se desenvolver durante todo o resto da vida de seu filho. Saber disto não vai mudar o fato de que todos nós temos ainda, muitos temores, vejamos alguns deles:

1- Muitos pais temem que, ao conversar com seus filhos isto o leve a um maior interesse sexual, à atividade sexual ou ainda à promiscuidade. Uma educação sexual adequada não leva adolescentes à promiscuidade, ao contrário, há provas de que eles diminuem os índices de gravidez e de aborto. Em muitos casos eles, até, adiam a época da primeira relação sexual e resultam num senso de responsabilidade sexual mais desenvolvido.

2- Outro temor dos pais reside no fato de achar que não sabem o suficiente e que o seu dever é sentar com os filhos e dar-lhes uma longa explicação sobre vários aspectos da sexualidade, mas ao mesmo tempo, os pais pensam que não possuem informações suficientes. Mas quem é suficientemente capaz de ensinar todas as complexidades biológicas, médicas e até os aspectos emocionais e mecânicos que envolve a sexualidade humana? Como já dissemos até os especialistas podem ter dificuldades para educar os filhos com relação ao sexo.
Gentilmente cedido pela família Pereira
Obs.: Nossa intenção é, mais para frente, falarmos sobre o fato de ser possível cumprir essa importante responsabilidade sem dispor de um saber profundo sobre a questão da sexualidade.

3- Muitos pais temem, também, que os filhos digam para os deixarem em paz, pois eles já sabem tudo sobre o assunto ou mesmo que já aprendeu tudo na escola. A questão é, será que este conhecimento adquirido na escola é suficiente diante da grande dimensão da sexualidade?

Talvez os nossos filhos até tenham noções de reprodução e, quem sabe, uma mistura de verdades e mentiras sobre assuntos tão vitais quanto doenças sexualmente transmissíveis, prevenção da gravidez e, até a fisiologia do sexo, mas é bem possível que eles não tenham ideia prática de como tomar certas precauções ou lidar com as informações recebidas, pois informações podem até ajudar na hora das decisões, mas não podem equilibrar seu filho, emocionalmente, na hora de se fazer uma escolha acertada. Assim, mais que noções e informações, o equilíbrio emocional recebido durante a educação sexual irá servir como suporte para as decisões importantes sobre as várias áreas da vida de nossos filhos.

4- Outro temor muito comum entre os pais de adolescentes é o constrangimento que traz grande desconforto no momento em que se vai estabelecer o diálogo a respeito da sexualidade e seus vários aspectos. Mas devemos lembrar que não apenas os pais se sentem constrangidos, mas os filhos também passam por esta situação. Assim, talvez, os pais devam levar em consideração que o constrangimento é comum e colocar isto na “ponta do lápis” na hora de se estabelecer uma conversa pode torna-la agradável. Pode-se, inclusive, iniciar a conversa falando sobre este constrangimento e usar isto como pretexto para o diálogo.

5- Finalizaremos esta breve relação dos temores dos pais em relação à educação sexual dos filhos adolescentes. Todos os pais devem buscar entender qual seria o melhor momento em que seu filho se mostra pronto para receber informações sobre sexualidade, mas é preciso levar em conta os pais que teimam em negar que seus filhos já cresceram o suficiente para falar-lhes sobre sexualidade.
Agradecemos muito à Família Pereira pelas fotos que trouxe beleza à nossa postagem!
Gisele (mãe) filhos e Jetro (pai)
Resumindo:
Seu filho é um ser sexuado e pode até não ser ativo, mas um dia será e isto pode não demorar. O interesse na prática sexual não será despertado pelo fato de vocês implementarem a educação sexual, pois isto vai acontecer quando o relógio biológico tocar o alarme para isto.

Mesmo sendo uma ideia constrangedora para quase todos os pais é essencial conversar com seu filho sobre sexualidade, mas isto se vocês quiserem protege-los dos perigos que rodeiam os filhos adolescentes.
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Encerramos esta postagem e esperamos que tenha servido como base para a reflexão sobre o diálogo que você quer estabelecer com seu filho adolescente. 

Um forte abraço e até logo mais.

Referência Bibliográficas

G. Jay, O adolescente e o Sexo: um guia para os pais. São Paulo/SP: Ed Best Seller, 1989.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Educação Sexual: Falando de sexo com os filhos

Olá a todos, estamos dando prosseguimento com nossa série de postagens referentes à sexualidade na família.
Gentilmente cedido pela Família Costa Rangel

A educação sexual recebida no lar é a fonte mais confiável (tem suas exceções) que podemos ter. Assim, estaremos, aos poucos, dando subsídios para que os pais possam implementar em seus lares uma educação respeitosa, informativa e reflexiva onde, cada família, poderá adaptar para sua realidade.

Então, vamos lá...

Gostando ou não da ideia, seu filho (a) receberão educação sexual, seja esta educação:
- Incorreta
- Distorcida
- Adaptada
- Planejada
- Outras

A questão é que ninguém pode escolher que o filho (a) não tenha uma educação sexual e, isto, é fato. O que, talvez, se possa escolher é a forma como e de onde virá esta educação.

A maior fonte de informação sobre sexo e sexualidade para os nossos filhos e filhas são os pais. Vale lembrar que, a todo momento estamos educando nossos filhos. Eles estão a todo momento nos ouvindo sobre a sexualidade de várias formas e no caso dos adolescentes então, a coisa é mais forte. Ele nos ouve o tempo todo e veem as nossas ações. Como acabamos de falar, eles aprendem de várias formas:

Falando/Ouvindo...
- Quando ele ouve um comentário de uma amiga ou vizinha, ou ainda, parentes que engravidaram e o assunto é aborto eles estão aprendendo sobre o tema em questão. Na verdade, só o fato do assunto gravidez surgir já se fará uma conexão com o assunto sexo.

Não falando/Entendo...
- Mesmo quando não dizemos nada sobre sexo, estamos educando sexualmente. Ele pode entender o silêncio sobre este assunto como falta de interesse, falta de conhecimento ou mesmo desaprovação.
 
Gentilmente cedido pela Família Rangel Costa
Educação fora do ambiente familiar...
Há ainda a educação que se estabelece fora da relação pais e filhos (as), pois durante o tempo todo nossos filhos são bombardeados com informações sobre sexo através de:

- Filmes
- Programas de televisão
- Jornais
- Novelas
- Revistas masculinas
- Letras de música
- Um amigo que fica conversando sobre suas aventuras sexuais (muitas vezes exageradas e, em alguns casos, mentirosas)
- Uma matéria sobre a AIDS ou outra doença que é adquirida pelo ato sexual
- Mensagens recebidas e enviadas através das redes sociais
- Internet em geral
- Etc

Nossos filhos estão, a todo tempo, se relacionando com as pessoas presencialmente e através das redes sociais eles estão aprendendo. A menos que seu filho disponha de fontes confiáveis, ele não terá condições de distinguir se a informação é boa ou não.
Então, cabe aos pais encaminhar seus filhos para a educação sexual no lar. Não há como os pais reclamarem das escolas estarem “ensinando” sexualidade se no próprio lar eles não dão o que os seus filhos precisam aprender.

Sabemos, por outro lado que os filhos adolescentes relutam em falar francamente com os pais sobre o assunto aqui em questão. “... uma conversa com adolescentes sobre sexo não é fácil nem para os pais e nem para os filhos” (Gale, 1989, p. 14).

Lembremo-nos:
“... é fundamental que eles tenham acesso às informações necessárias. A desinformação não leva os adolescentes a protelar sua sexualidade”, ou seja, não falar de sexo não vai adiar os desejos sexuais dos adolescentes, pois definitivamente, os adolescentes são pessoas sexuadas (Gale, 1989, p. 14). Ele não apenas é sexuado como pensa em sexo e diariamente está aprendendo sobre sexo.

É claro que nossos filhos adolescentes estão aprendendo o tempo todo sobre sexo e de alguma forma eles serão afetados com estas informações que chegam a eles. “Você pode passar-lhe informações seguras que irão atenuar o impacto das muitas tolices com que ele se defrontará ou pode permitir que ele próprio decida o que é verdade e o que é ficção”.

Por fim, nossos filhos terão que encarar muitas decisões com relação à sexualidade durante toda a adolescência e pelo resto da vida. Não possível protege-los de possíveis equívocos. Assim, “quanto mais informações corretas receber sobre as difíceis questões da sexualidade e quanto mais tiver refletido sobre as opções disponíveis, tanto menores serão os riscos que o ameaçam”.

Algumas considerações a respeito desta postagem:

1- Comece a educação sexual de seus filhos o mais cedo possível.
2- Cuidado com as palavras que usa. Use linguagem adaptada para idade deles.
3- Comece respondendo o que eles perguntam, mas não coloque a sua mente adulta para “maquinar” como o seu filho (a) pequeno pensa. Ex.: Se uma criança é muito pequena e pergunta como nasceu, você pode responder: “Você nasceu nuzinho” e se ele se sentir satisfeito com esta resposta deixe para falar algo a mais, só mais tarde.
4- Comece a assistir com eles os programas que eles assistem.
5- Se seu filho (a) for adolescente e você quiser ensinar algo sobre sexualidade, fale e pronto. Não fique repetindo e trazendo exemplos o tempo todo, pois é difícil para eles ouvirem certas coisas dos pais.
6- Não compare seus filhos (as) com ninguém.
7- Seja exemplo, não apenas dite as regras do jogo, jogue também, eles estão observando.
8- Pais e mães devem participar da educação dos filhos (as), inclusive a educação sexual.
9- Convide amigos e amigas de seus filhos (as) para estarem em reunião em casa e fique atenta ao que eles conversam, pois você perceberá como ajudar a seu filho ficar longe das más informações. Mas cuidado, não julgue ou mesmo proíba seus filhos de estarem com estes amigos... sejam espertos, usem outras estratégias mais sutis.

Referência Bibliográficas
G. Jay, O adolescente e o Sexo: um guia para os pais. São Paulo/SP: Ed Best Seller, 1989.
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Grata a Família Rangel pelas fotos cedidas com carinho e que embelezou nossa postagem! 
Nethi (mãe) Nicholas (filho) Marcio (pai)

Deixe-nos um comentário e concorra a um presente todo final de mês. Estamos preparando algumas entrevistas e dentre elas, o relato de uma mulher que sofreu com o câncer de mama e como tudo aconteceu.

Teremos ainda uma entrevista com uma Consultora em Sexualidade que nos trará assuntos para a relação do casal, disfunções sexuais e inadequações.

Um grande abraço a todos e todas!