Olá queridos e queridas!
Ela é uma mulher empenhada e estudiosa. Está
sempre inovando e apostando em tudo o que faz! Tem uma visão ampla e busca
oferecer o melhor em suas palestras e comércio.
Atualmente, mora em Macaé, mas como ela diz: “Eu
sou do Rio, sou carioca da gema”! É casada e seu sorrido mostra a felicidade
desta união. Sempre muito gentil e ao mesmo tempo é firme em suas decisões e
escolhas.
Então, vamos conhecer esta pessoa muito
querida e estimada por quem a conhece!
SM
– Queremos dar-lhe as boas-vindas e dizer que você é a nossa primeira
entrevistada que está ligada diretamente à área da sexualidade. E isto nos dá
uma sensação de muito contentamento, pois irá nos ajudar em questões muito
importantes.
R- Agradeço essa oportunidade especialmente em poder compartilhar
meus conhecimentos sobre a sexualidade. Esse é um tema muito importante
especialmente por estar envolvido em muitos mitos, tabus e preconceitos que
atravessam gerações e criam resistências e receios sobre um assunto tão
importante para todos nós.
SM –
Conte-nos um pouco de você.
R- Sou carioca da gema, rsrsrs e moro na cidade de
Macaé-RJ há 24 anos, mas desde pequena já frequento essa cidade. Adorava passar
as férias escolares na casa dos meus tios e brincar com meus primos. Aos 26
anos mudei definitivamente para esta cidade, sou casada e tenho uma filha de 22
anos.
SM –
Então você é casada? Há quanto tempo está casada? O que o casamento representa
para você?
R- Sou casada com Ricardo Vieira há sete anos. Aline,
minha filha, é de meu casamento anterior, mas o importante é que todos nos
damos muito bem inclusive com meu ex-marido com quem tenho um relacionamento
amigável e respeitoso. Este laço de amizade é primordial para o psicológico dos
filhos, independentemente da idade que eles tenham.
Casamento não é uma receita de bolo, mas existem ingredientes que não
podem faltar tais como, comunicação aberta e franca, principalmente na intimidade,
respeito, empatia, parceria nas atividades domésticas - não se trata de um
ajudar o outro e sim a consciência do “fazerem juntos”. Além disso, numa
relação saudável não pode faltar amor, carinho, companheirismo e cumplicidade.
SM – Hoje,
você e seu esposo tem feito um bonito trabalho que ajuda as pessoas na área da
sexualidade. Conte-nos um pouco de como é esse trabalho?
R- Atualmente somos consultores em Sexualidade, vamos
nos formar em janeiro em Terapia Sexual. Realizamos consultorias individuais e
com casais, auxiliando o/a cliente a compreender sua história sexual e o seu
desenvolvimento e também como forma de reestabelecer a harmonia do
relacionamento do casal. Um conjunto de técnicas são usadas para que o/a
cliente possa se redescobrir em seus aspectos da sexualidade e também possam refletir
sobre o porquê essa troca de energia deixou de acontecer. A terapia com o casal
é realizada em duas etapas: inicialmente as sessões são individuais para que
possamos trabalhar os aspectos inerentes à cada um. Numa segunda etapa reunimos
o casal e o foco da terapia passa a ser as questões ligadas ao relacionamento
onde são discutidos os aspectos ligados à comunicação, intimidade e o
comportamento assertivo na relação.
É muito importante esclarecer que numa terapia de casal, ambos devem estar
motivados em relação à terapia, mantendo uma atitude positiva em relação ao
problema. Caso contrário podem ocorrer boicotes que tornam impossível o sucesso
da terapia e, quanto isso acontece, as chances de ocorrer uma separação é
elevada.
SM –
Às vezes, o casamento é permeado de problemas, pois vida a dois não é fácil. Na
área da sexualidade, diga alguns dos fatores que mais podem prejudicar a
relação sexual do casal?
R- O ponto de partida para o sucesso na vida do casal
é a comunicação. Pesquisas mostram que 80% dos casamentos acabam justamente por
falta de comunicação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a sexualidade humana é parte
integral da nossa personalidade. Ela é uma necessidade básica e um aspecto de
nossa vida que não pode ser separado dos demais aspectos que estamos inseridos.
Gosto de explanar sobre o que são esses aspectos da vida porque assim temos uma
visão clara do contexto da sexualidade em nossa vida. Então vejamos: Nós nos
dedicamos à nossa família, ao trabalho, lazer e vida social, culto religioso,
estudos... E quanto ao aspecto de nossa sexualidade? Em que momento voltamos
nossa atenção? Não estou aqui me referindo a coito, nem à presença ou não de
orgasmo, sexualidade é muito mais do que isso. Falo de uma energia que motiva
encontrar o amor, contato e intimidade e que se expressa na forma do sentir, no
movimento das pessoas e como elas tocam e são tocadas, por isso deixo aqui a
pergunta: Quando voltamos nossa atenção para esse aspecto de nossa vida? E a do
nosso (a) parceiro (a)? Chega um momento na relação em que um diz para o outro:
“Ei, estou aqui”. Felizmente, quando esse grito acorre, o relacionamento ainda
está vivo, mas quando, ao contrário, o silêncio se estabelece, cria-se um
abismo na comunicação que só tende a agravar a crise no relacionamento. Nesse
estágio, a relação sexual já está bem comprometida, as inadequações sexuais
tendem a crescer e as disfunções sexuais provenientes de causas emocionais
ganham forma.
O conjunto de técnicas gerais e específicas que mencionei anteriormente, é
utilizado para o tratamento das disfunções sexuais e das inadequações sexuais que,
de uma forma simplificada são problemas sexuais envolvendo diminuição ou
inibição do desejo sexual, dificuldades para manter o corpo excitado ou
obstáculos para sentir satisfação com a atividade sexual.
Conceitualmente podemos definir as disfunções sexuais como sendo alguma
alteração numa ou mais fases do ciclo de resposta sexual (desejo - excitação – orgasmo) ou dor associada ao ato
sexual, que se manifesta de forma persistente ou recorrente). Para o conceito
de inadequação devemos considerar também o que seja adequação, ou seja, um
casal que, funcional ou disfuncional, está satisfeito com sua interação na
relação sexual e inadequado é aquele que não está. Por exemplo, uma mulher com
vaginismo, cujo marido apresenta disfunção erétil, apesar de ambos terem uma
disfunção, eles são convenientes um para o outro, pois ela não permitiria a
penetração e ele não conseguiria penetrá-la, portanto estão adequados. Agora se
um deles receber tratamento e o outro permanecer disfuncional, esse casal se
tornará inadequado, pois o que não recebeu o tratamento não suportaria a
demanda do outro.
Outro exemplo bem simples e bastante comum em nosso consultório são os
casos em que um prefere fazer sexo à noite (normalmente o homem) enquanto o
outro prefere sexo pela manhã. Quando isso ocorre estamos diante de um caso
típico de inadequação sexual. Aqui vale uma dica: o homem normalmente prefere o
sexo à noite porque a fase que se segue ao orgasmo é a resolução, um estado de
bem-estar no qual o organismo necessita estar em repouso, não aceitando mais
estimulação. Por isso é natural o homem dormir depois da relação sexual.
SM –
Fale-nos sobre as disfunções sexuais femininas.
R- Das disfunções
sexuais femininas, vou falar de duas que são as que mais frequentemente atendo
em meu consultório. São elas a baixa libido ou falta de desejo sexual e o
vaginismo.
O Desejo Sexual Hipoativo – DSH (baixa
libido ou falta de desejo sexual) é a primeira queixa com maior frequência
entre as mulheres que me procuram em meu consultório. Normalmente elas chegam
com uma ou mais queixas relacionadas a:
Ausência de desejo sexual espontâneo,
Ausência de fantasias,
Fuga do relacionamento sexual (dor de cabeça, cansaço, sono...),
Resposta sexual insatisfatória em relação a excitação e ao orgasmo,
Baixa frequência,
Ansiedade.
E as causas mais comuns que levam a esse quadro de DSH são:
Doenças e substâncias químicas.
Alterações hormonais.
Bloqueios emocionais e sexuais pessoais.
Fatores negativos que envolvem o relacionamento do casal.
A outra disfunção sexual muito comum nas mulheres é o vaginismo, que pode ser definida como um reflexo de defesa que
ocorre em forma de espasmos dos músculos perineais que se contraem provocando
dor e impedindo total ou parcialmente a penetração da vagina impossibilitando
ou dificultando a relação sexual e também o exame ginecológico. O vaginismo
pode ser:
Primário: São os casos em que a
dificuldade sexual se manifestou desde a primeira tentativa de penetração e,
com maior frequência tem origem em causas psicossociológicas onde estão
presentes educação restritiva ou punitiva a tal ponto de provocar repulsa pela
atividade sexual. Também podem ser causas vivências sexuais negativas ou
traumáticas, tentativas de estupro, abusos sexuais na infância como também
relatos distorcidos da vida sexual.
Secundário: É aquele surgido após
um período de vida sexual ativa e pode, igualmente, ser resultado de algum processo
orgânico causador de dispareunia (dor na penetração). Numa situação em que a
mulher seja capaz de se esquivar, o medo da dor pode ser tão intenso a ponto de
provocar uma forte contratura da musculatura, desencadeando dor e alimentando a
cadeia do processo do reflexo contrátil. Aqui também podem estar presentes
fobia de câncer, exames ginecológicos traumáticos ou mesmo partos difíceis.
SM –
Fale-nos sobre as disfunções sexuais masculinas.
R- Disfunção Erétil - A impotência
sexual, também conhecida como disfunção erétil, é a incapacidade do homem em
iniciar e/ou manter uma ereção do pênis suficiente para que haja relações
sexuais.
A perda de ereção também pode se
dar diante de sentimentos como ansiedade, medo, insegurança, perfeccionismo, os
quais geram tanta ansiedade que leva o homem a criar um comportamento de
espectador de seu desempenho sexual levando-o a um distanciamento do ato em si
e dos momentos de prazer que o envolveria nas sensações eróticas. Resultado:
por mais desejado e estimulante que seja o encontro, haverá uma recepção
precária do momento e o pênis poderá não responder adequadamente.
A disfunção erétil pode ser resultado de
problemas psicológicos e emocionais como:
Depressão
Estresse
Ansiedade por temor de desempenho.
Como também resultado de problemas físicos tais
como:
Diabetes
Colesterol alto
Distúrbios do sono
Hipertensão
Baixo nível de testosterona
Pode também ser resultado do uso de medicações ou uso de álcool e drogas.
Ejaculação Precoce ou rápida:
Na grande maioria dos casos a ejaculação precoce
tem origem emocional, ligada principalmente a ansiedade. O tratamento dessa
disfunção é realizado através de Terapia Sexual onde são aplicados exercícios e
técnicas terapêuticas. Em graus elevados poderá haver o encaminhamento a um
médico urologista para exames clínicos e/ou psiquiatra para prescrição de
substâncias de controle da ansiedade.
Cobranças ou demonstrações de insatisfação da
parceira em relação ao problema, invariavelmente agravam o quadro. Em última
análise, todos os fatores geradores de ansiedade podem levar ao desencadeamento
da ejaculação precoce.
Outras disfunções: também fazem parte do quadro de
disfunções sexuais masculina o desejo sexual hipoativo – DSH, aversão sexual,
anorgasmia (quando o homem é incapaz de atingir o orgasmo, mesmo com estímulo
sexual adequado) e dispareunia (dor genital associada ao ato sexual)
SM – O
que é mais complexo, tratar as disfunções ou a falta de diálogo entre os casais
que tem este problema entre eles?
R- Quando o casal tem muita afinidade e a comunicação
alinhada seja qual for o quadro, os tratamentos se tornam mais fáceis, no
contrário o processo se torna bem mais complexo. Outro ponto importante a ser
considerado é que as disfunções sexuais estão muito associadas a questões
emocionais onde, a falta de comunicação funciona como fator agravante.
SM –
Quem tem mais facilidade para procurar um profissional para falar sobre as
questões sexuais: o homem ou a mulher? Por que?
R- Para esta resposta devemos considerar sobretudo a
grande influência resultante de uma cultura patriarcal machista como a nossa,
onde todos nós mulheres e homens somos vítimas. Diante de tantos mitos, tabus e
preconceitos, o homem busca se perpetuar num patamar de conhecimento inato principalmente
nas questões sexuais. Dessa forma a mulher tem muito mais facilidade em
procurar ajuda para falar sobre suas necessidades, desejos e anseios.
SM –
Sabemos que as disfunções sexuais, em sua maioria, têm origem psicológica,
então, a ajuda de um psicólogo é o suficiente ou é melhor buscar uma orientação
direta com um especialista em sexualidade?
R- Por definição, a terapia sexual é breve e focal e
utiliza-se de técnicas gerais e específicas para tratamento de disfunções e
inadequações sexuais. Além disso, a terapia sexual tem como objetivo auxiliar
o/a cliente a compreender sua história sexual e o seu desenvolvimento. Nessa
linha de atuação o terapeuta deve eliminar toda possibilidade de interferências
orgânicas e/ou psicológicas que possam estar influenciando negativamente na
saúde sexual de seu cliente. Dessa forma a atuação conjunta com médicos,
psicólogos ou psiquiatras, dentro das necessidades que o caso apresente, é
fundamental para o sucesso da terapia sexual.
SM – Em
se tratando das disfunções sexuais o que você recomendaria para os casais de
forma geral?
R- Vejam se essas situações lhe parecem familiar: a
mulher apresenta pouca lubrificação e por isso a relação sexual não lhe é
motivo de prazer dado o desconforto na penetração. Diante desse quadro o marido
pensa que ela não o ama mais. Outra situação: O homem apresenta uma disfunção
erétil e, nesse caso, a mulher pensa que ele a está traindo. Em terapia sexual,
quando um casal busca ajuda por questões sexuais, digo que quem está doente é a
comunicação e a intimidade do relacionamento. Portanto queixas sexuais é uma
luz amarela sinalizando problemas no relacionamento e a ajuda de um
profissional em terapia sexual é fundamental para se garantir a saúde e o
bem-estar da vida sexual do casal
SM – O
sistema de saúde no Brasil oferece, de forma gratuita, algum médico específico
na área da sexualidade?
R- Existem as especialidades médicas tradicionais
onde podemos destacar a Urologia, onde supostamente atuam os “especialistas nas
questões sexuais masculinas”, a Ginecologia, onde supostamente atuam os
“especialistas nas questões sexuais femininas” e a Hebiatria, ramo da medicina
que trata das alterações típicas da adolescência. Entretanto sabe-se hoje que
os problemas sexuais são bem mais abrangentes e não estão ligados somente a
fatores fisiológicos e sim relacionados a aspectos biopsicossociais a serem
tratados em seu conjunto de fatores desencadeadores das disfunções e
inadequações sexuais. Esses aspectos extrapolam as áreas de atuação desses
profissionais por requerer especialização específica em Sexologia e que nem
todos a tem. Outro ponto importante a ser considerado são os fatores
psicológicos intrínsecos às questões sexuais que, dependendo de sua extensão
devem ser avaliados e acompanhados pela Psicologia e/ou Psiquiatria.
SM – O
que gostaria de falar nesta entrevista que não foi contemplado nas outras
perguntas?
R- Gostaria de deixar uma frase para reflexão: “O bem-estar da vida sexual do casal é um
dos pilares para o fortalecimento da vida familiar”. Esse é o nosso lema e
o propósito de nosso trabalho e outra que mostra a fundamental importância da
comunicação na intimidade do casal: “Se o
sexo traz consigo tantos perigos, foi por ter estado durante muito tempo
reduzido ao silêncio”. Michel Foucault.
SM –
Saiba que sua entrevista vai ajudar a muitas pessoas que procuram o nosso blog
e, por isto, ficamos muito agradecidos por sua disposição e colaboração. Por
favor, deixe uma palavra para os nossos leitores.
R- Agradeço imensamente a oportunidade de poder plantar
mais uma sementinha e desejo que essa entrevista possa motivar os leitores a
serem agentes multiplicadores dessas informações tão preciosas.
Além de Consultores em Sexualidade, somos palestrantes na área da
sexualidade, inclusive para o universo Gospel. Sou professora de Pompoarismo e proprietária
da Mata Hari Boutique Sensual, loja física localizada na cidade de Macaé-RJ.
Nosso site está sendo reformulado para levar mais informações e novidades
para o nosso público, faça-nos uma visita. www.mataharibs.com.br. Não deixe também de visitar e
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