sábado, 30 de julho de 2016

Sexualidade e fé, combinam? Nosso leitor conta experiência nesta área!

Queridos amigos, hoje, resolvemos fazer uma postagem diferente. De vez em quando nós recebemos e-mails de pessoas nos agradecendo, pedindo ajuda ou mesmo contando suas histórias de vida!

Nosso blog é muito acessado por pessoas cristãs. Apesar de não ser um blog exclusivo para cristãos, muitos se sentem confortáveis em ser um leitor assíduo. Mas temos pessoas que são assumidamente não cristãs e, sinceramente? Eu quero é que todos se sintam confortáveis e muito bem vindos em nosso espaço.

Nosso objetivo é poder oferecer algo que os leve a refletir sobre a questão da sexualidade como um todo. Mas pensando nas muitas pessoas que nos escreve, resolvi postar um e-mail interessante de um de nossos amigos leitores.

Assim, esperamos que gostem e mais, esperamos que a história dele seja um refletir sobre a sua história também. Ele me autorizou a postar e nós, como sempre, não expomos as histórias de vida de ninguém. Nossa intenção, assim como a das pessoas que nos cedem entrevistas e outros, é levar um pedacinho de nós para vocês.

Mas agora, vamos à história do nosso amigo em questão....

“... Outro assunto que gostaria de compartilhar contigo é sobre minha experiência nesta área de sexo. Eu sou casado faz mais de 30 anos, com a mesma mulher e nunca tive outra, numa me relacionei sexualmente com ninguém nesta breve existência. Vi que você se dedica a este tema. Eu passei por um apagão ao ponto de não querer nem chegar perto de minha esposa, lá pelos 15 anos de casados. Foi combinado com o nascimento de nossa primeira filha, que levou 15 anos para chegar. 

Daí em diante eu passei a buscar a Deus e ao Espírito Santo para esta área. Por que? De onde vem este desejo, esta paixão? Resumindo. Tive um despertar vindo do alto que me deixou apaixonado de novo por minha esposa. Daí em diante passei a pedir ao Espírito Santo para me ajudar a me relacionar com minha esposa e me conduzir de modo que descobrisse esse prazer que Ele criou. Desde então tenho tido experiências maravilhosas com minha esposa. Eu sou pastor e sempre ensinei sobre Deus e o Espírito Santo para tudo menos para ajudar com o sexo e sexualidade. Hoje eu posso te dizer que o Espírito Santo é o AJUDADOR para o sexo. Eu quero minha esposa, desejo estar com ela e venho descobrindo esse desejo que acredito vir por inspiração dEle. É estranho, pelo menos quase não vejo, alguém pregar ou ensinar que exista uma "unção" como o pessoal ensina para o sexo. Eu recebi esse negócio e é uma delícia. 

Desculpe invadir sua caminhada na sexualidade com minha história mas o objetivo foi te passar minha experiência. Eu acredito que técnicas e apoios psicológicos sejam eficazes, mas no meu caso foi Ele que me ajudou e está funcionando!

Um abraço!”

Após receber este e-mail, eu enviei resposta agradecendo o compartilhar e pedi autorização dele para postar na íntegra a parte que ele fala da experiência própria com Deus e sua esposa. E eis a resposta a baixo:

“Sim sem problemas está autorizado. Fico feliz em poder compartilhar minha história. Vejo que o relacionamento conjugal está intimamente ligado ao relacionamento com Deus. É como se Deus desse uma amostra do prazer e alegria que podemos ter com Ele, sendo que da mesma forma pode ficar frio e sem graça. A questão da prostituição e da infidelidade é muito usada nos textos bíblicos para comparar nossa relação com Deus.

Dentro deste contexto o sexo não poderia ficar de fora. Eu sou apaixonado pelo Espírito Santo. Tenho certeza que Ele é uma pessoa e está dentro de mim, como Jesus apresentou àquela mulher Samaritana. Uma fonte jorrando no interior. O sexo é uma fonte de prazer e estamos sempre indo beber nesta fonte. Da mesma forma existe uma fonte, o Espírito Santo, fluindo dentro de mim e preciso ir nessa fonte sempre. O Cristianismo perdeu essa referência, tornou-se uma teoria para muitos cristãos. Veja no livro de Atos como o Espírito Santo era experimentado sempre. Eles ouviam o tempo todo a sua voz. João na ilha de Patmos se deliciou com a visão do Cristo com olhos de fogo, etc. 

Fui que tá virando testamento...kkk

Paz seja contigo! Busque o Espírito Santo. Ele vai te mostrar mistérios da sexologia. Ele criou esse negócio delicioso. Nunca perca de vista este paralelo. Tudo que experimentamos no plano material é uma alegoria do real (espiritual).

Então, amei este e-mail e suas colocações e pensei, porque não dividir isto com os nossos leitores cristãos? Acredito será uma reflexão interessante para cristãos e também não cristãos.

Bem, como falamos no início desta postagem, este blog não é exclusivo para cristãos, mas amamos ter pessoas conosco e o feedback nos ajudam muito em todos os aspectos. Enfim, todos os assuntos que tiverem conexão com a sexualidade serão compartilhados neste blog de forma acolhedora e respeitosa, sempre!

Quer nos contar a sua história? Envie-nos email raigodoy@hotmail.com

E não esqueci a nossa postagem sobre o tema da Parafilia. Tenham paciência que a gente tá trabalhando nisto.

Bom final de semana a todos!

Rai Godoy



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Eventos do Mês de Maio: fotos e mais - 2

 Olá! Sejam todos bem-vindos ao nosso blog!

Maio foi um mês e tanto para nós. Postamos algumas fotos com ações realizadas durante este mês. No entanto, ainda temos mais fotos para mostrar e queremos falar um pouco de nossas palestras proferidas na ESPRO - Ensino Social Profissionalizante!

No início de maio, a coordenadora Flávia Morais (a loirinha da foto acima) nos convidou para estarmos realizando palestras para algumas turmas da ESPRO. Passamos um dia inteiro junto aqueles jovens e foi maravilhoso!

Gostaríamos de deixar aqui as nossas considerações feitas a respeito do ambiente e da galera que encontramos. Em primeiro lugar a considerar é o fato da galera ser muito descolada e um povo muito bonito. Em segundo lugar, o local é muito bonito e limpo. Tudo bem organizado e as professoras demonstraram o domínio da turma! Todos muito gentis e participativos!

Então, conforme as considerações acima, ter estado o dia inteiro falando a várias turmas, não me cansou. Assim, quero parabenizar as pessoas que dirigem aquele projeto que, aos nossos olhos, é muito bem organizado!







Além de mim (Rai Godoy), um representante
 da área jurídica também trouxe informações importantes!

As turmas produziram estes e outros cartazes sobre o tema da palestra: Abuso Sexual Infantil:




Se tudo der certo, estaremos com uma entrevista muito legal sobre música e sexualidade conforme o vídeo abaixo:



domingo, 17 de julho de 2016

Compulsão Sexual - Terceira Parte

Sejam Bem vindos!

Esta é a terceira e última parte sobre compulsão sexual – CS, mas isto não significa que estejamos afirmando que aqui se encerram os estudos, apreciações e considerações a respeito deste tema. O ser humano é uma caixinha de surpresas e, estuda-lo, um fazer diário. Assim, nada está pronto e o que aqui é apresentando diz respeito ao que temos a respeito dos estudos na área proposta.

CSC = Comportamento Sexual Compulsivo

Então vamos a última etapa desta postagem

Já vimos que compulsão sexual é uma enfermidade que pode ser conhecida ainda como Transtorno Hipersexual ou Hiper­sexualidade Patológica. A questão é que o comportamento de um(a) compulsivo(a) sexual pode vir a causar complicações bem desconfortáveis. Então, separamos algumas destas complicações a partir da perspectiva de Ballone (on-line, 2005).

Clínicas
As pessoas “podem desenvolver complicações clínicas em decorrência direta de seu comportamento sexual. As complicações, em potencial, incluem lesões genitais (contusões) e doenças sexualmente transmissíveis (hepatite B, herpes simples ou infecção pelo vírus da imunodeficiência humana)” Ballone (on-line, 2005).

Pode ser encontrada ainda lesões físicas nos Compulsivos Sexuais de alto risco ou mesmo na atividade sadomasoquista. Conforme Ballone (on-line, 2005) “Nas mulheres, podem ocorrer gestações não desejadas e complicações de aborto. Alguns pacientes podem ser submetidos a cirurgias desnecessárias, particularmente cirurgia plástica, para aumentar o apelo sexual (implantes de mama, transplantes capilares e lipoaspiração)”.

Sociais
As pessoas com CSC podem ser responsáveis por algumas complicações sociais sérias. Desafetos com amigos e familiares, envolvimentos policiais, perda de empregos, perda da reputação moral e toda sorte de desadaptação social e familiar em decorrência direta de investidas, assédios e relacionamentos sexuais.

É certo que os valores desta sociedade moderna “ajudam” e colaboram na desenvoltura sexual dos portadores de CSC. Essas pessoas cedem facilmente aos apelos sexuais atuais e não se importam em “estabelecer limites para sua atividade, podendo envolver-se com menores de idade, prostitutas, homossexuais, enfim, expondo-se a um risco social muito grande”.

Familiares
As com CSC costumam ser cônjuges complicados. “... devido ao apetite sexual maior que do(a) parceiro(a), submetendo este(a) à uma atividade nem sempre prazerosa ou desejada.” E, também, devido às maiores probabilidades à infidelidade, estas podem ocorrer com pessoas da família ou amigos próximos.

Pessoais
De acordo Ballone (on-line, 2005), o portador de CSC poderá ser:

Egosintônico - a pessoa age de acordo com a sua condição. Quando a pessoa age consoante à sua compulsividade. Geralmente, apresenta-se nas fases mais precoces da vida (adolescente ou jovem) quando sua auto-estima mantém-se elevada pelo fato de seu comportamento encontrar aceitação nesta sociedade permissiva que, culturalmente “incentiva” este tipo de comportamento.

Egodistônico – quando a pessoa discorda de suas atitudes e recrimina sua sexualidade.
No entanto, estas condições mostradas acima pode se apresentar numa ou outra fase da vida. Apresenta-se normalmente nas fases mais tardias. Quando é acompanhada de “arrependimentos sobre a conduta anterior, lamentações sobre eventuais condições melhores de vida, caso fosse mais comedido sexualmente e coisas assim” (Ballone, on-line, 2005 .

Por fim...

Apesar de ter como características a busca constante pelo sexo, a compulsão sexual não tem características para ser classificada como *parafilia. Esse tipo de enfermidade produz sofrimento, ansiedade e/ou arrependimento. E, “há quem vê nisso, boas razões para colocá-la junto aos transtornos sexuais do DSM-IV (havendo já uma classificação no CID.10 como F52 - Apetite Sexual Excessivo)” (Ballone, on-line, 2005).

Mas Ballone (on-line, 2005), faz um alerta: “Devemos ter um cuidado especial sobre a possibilidade de se atrelar um rótulo psiquiátrico a toda e qualquer variação do comportamento humano, sob o risco de eximir quaisquer responsabilidades ao arbítrio da pessoa”.

Há possibilidade do comportamento compulsivo sexual ser um sintoma de outra patologia psiquiátrica ou, “temerariamente, ser apenas uma tendência de psiquiatrizarmos atitudes e comportamentos humanos variantes” (Ballone, on-line, 2005).
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Abraços a todos e grata por sua companhia em nosso blog!
*Próxima postagem estaremos falando sobre parafilia, aguardem!
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Referência Bibliográfica: 
Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005




segunda-feira, 11 de julho de 2016

Compulsão Sexual - Segunda Parte

Sejam todos e todas bem vindos!

Conforme apresentado na primeira parte desta postagem, a compulsão sexual é uma enfermidade que pode alcançar qualquer um de nós. Entretanto, conforme números apresentados na primeira parte, apenas uma pequena parcela da população sofre deste mal. Porém, este número diz respeito apenas às pessoas diagnosticadas, devido à vergonha e outras situações, muitas pessoas sofrem caladas.

Vamos à continuação de nosso texto...

Citando Murphy (1986), Ballone (on-line, 2005) afirma que “alguns autores acham que o abuso sexual na infância possa ser um fator de risco para o desenvolvimento de Comportamento Sexual Compulsivo.” Este CSC talvez seja a forma pela qual o sobrevivente de abuso sexual encontrou para lidar com seus “afetos e sensações desconfortáveis, tais como a baixa auto-estima, vergonha e ansiedade crônica”. Mas é bom lembrar que as evidências que sustentam esse ponto de vista discordam de outros estudos.

Vamos aos números comparativos em estudos...

Estudos de Carnes e Delmonico  
290 foi o número de pessoas que estavam sendo tratadas em adição de sexo
78% destas pessoas mencionaram abuso sexual na infância

Outros estudos
No entanto, outros estudiosos, em pesquisas diferentes observaram um número bem abaixo do estudo acima citado. Apenas 28 a 31% dos pesquisados mencionaram eventos sexuais traumáticos.

Ballone (on-line, 2005) alerta que, “embora alguns autores se proponham a relacionar o abuso sexual na infância com o Comportamento Sexual Compulsivo, o fato desses abusos serem relativamente comuns na população geral e entre pacientes psiquiátricos, a eventual relação causal entre eles fica seriamente prejudicada”.

Importante pesquisa...
Antes de prosseguirmos, devemos explicar que “não está claro ainda se a denominação mais correta seria Transtorno Hipersexual, Hiper­sexualidade Patológica ou Comportamento Sexual Compulsivo. Escolhemos o termo hipersualidade por ser o utilizado na pesquisa, mas lembrem-se que o significado é o mesmo.

A pesquisa com ratos – os resultados apresentados estão relacionados às áreas do cérebro destes animais.
Após os ratos serem induzidos a terem crises límbicas crônica, “verificou-se que lesões bilaterais dos lobos temporais resultaram na síndrome de Klüver-Bucy. Esta síndrome tem como característica “o comportamento hiper­sexual e outros desequilíbrios do comportamento social. Lesões específicas do Sistema Límbico, como lesões da área septal, também têm demonstrado levar a aumento do comportamento sexual” (Ballone, on-line, 2005).

Através de estimulação elétrica nas estruturas límbicas, particularmente a área septal verificou-se que ali havia uma associação ao intenso prazer. Ballone (on-line, 2005) afirma que “a síndrome de Klüver-Bucy tem sido relatada no homem que podem ocorrer alterações da preferência sexual mais comumente do que hipersexualidade isolada1. No estudo ainda verificou-se a presença da hipersexualidade depois de tumores do lobo temporal, de lesão septal ou de AVC do lobo temporal. Relatou-se erotomania2 em pacientes com disfunção frontal e temporal.”
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1-Resolvemos aqui fazer uma consideração quanto a questão das alterações de preferência sexual. Acreditamos que estas preferências não dizem respeito às preferências relacionadas às pessoas do mesmo sexo. Devemos agora, lembrar que a homossexualidade foi retirada do DSM há algumas décadas e não é considerada um transtorno. Não consultamos nenhum outro estudo para fazer esta consideração apresentada, a nossa opinião se respalda em leituras realizadas no manual dos psiquiatras ou como é conhecida: A bíblia dos psiquiatras.  

2-Erotonomia – (sub. fem.) exageração, às vezes mórbida, dos sentimentos amorosos e do fascínio por contatos sexuais; mania de sexo.
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Particularmente acreditamos que, em alguns casos de pessoas que foram abusadas na infância de forma contínua, repetida por vários anos e por vários abusadores, podem levar sim a pessoa não à compulsão sexual, mas como alguém que necessita de aprovação através do sexo para se sentir amada. Assim, sujeita-se a praticar sexo com várias pessoas. E neste sentido, pode se confundir com a compulsão sexual.

A sensação de não ser amada e os muitos “rombos” emocionais podem levar as pessoas a se submeterem a práticas que, além de não preencher o seu vazio, trará o aprofundamento das raízes de amargura.

Um abraço mais que especial e até próxima postagem: Compulsão Sexual: Terceira Parte e depois, falaremos um pouco sobre as parafilias.
Rai Godoy
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Referências Bibliográficas

Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005
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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Compulsão Sexual: Primeira Parte

Sejam bem vindos todos e todas!

Estamos iniciando a primeira etapa de uma abordagem muito delicada que é a Compulsão Sexual.

Seremos simples e breves para que todos possam entender o assunto que, ao que parece, vem crescendo em dias atuais. 

Vamos a leitura...

O que é Compulsão Sexual?
É uma enfermidade que envolve qualquer tipo de atividade sexual incontrolável. Como é uma doença, qualquer pessoa sadia pode se tornar enferma. No entanto, para ser considerado uma patologia, é preciso perceber se a pessoa apresenta grande dificuldade em se concentrar em outra coisa que não seja a realização de suas fantasias sexuais. Ou seja, a sua compulsividade teria que afetar sua produtividade no trabalho, nas relações sociais, afetivas e em sua autoestima. No entanto, Ballone (on-line, 2005) afirma que tanto do ponto de vista qualitativo quanto do quantitativo é complexa esta questão sexual.

Conforme CID.10 (Classificação Internacional de Doenças, 10a.revisão), em F52 a compulsão sexual é classificada como Apetite Sexual Excessivo.

Qual é a origem do comportamento sexual compulsivo?
Conforme Ballone (on-line, 2005), este comportamento sexual compulsivo “pode ser reflexo de um aspecto hereditário, de um aspecto médico, cultural, circunstancial, etário e pessoal.”

Pensando em números...

Qual é o percentual de pessoas atingidas por esta enfermidade?
Segundo Coleman (1992) ocorre em torno de 5% no total da população, mas em vista das limitações morais, por embaraço, vergonha e sigilo dos envolvidos, este número pode estar muito abaixo da realidade.

Ballone (on-line, 2005) apresenta pesquisa disponibilizada pela Neuropsiconews que demonstram estudos realizados com 36 pessoas com CSC. Abaixo, algumas considerações verificadas no estudo:

92% delas, estavam realmente preocupadas com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias sexuais.

72% dessas pessoas tentavam resistir ao comportamento sexualizado, apesar da falta de sucesso e perda de controle.

Grande parte delas experimentava remorso pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e, muitas vezes, inconsequentes.

75% também preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas. Estas estariam relacionadas à desinibição do comportamento suficiente para permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha.

42% dessas pessoas reconheceram que esse comportamento sexual afetava o casamento.

Os prejuízos sócio-ocupacionais com o CSC incluem gastos financeiros, a traição as(os) parceiras(os), perda de amigos ou a experiência da vergonha. Adiante, na segunda parte desta postagem, faremos mais considerações a respeito destes prejuízos.

Particularmente, acreditamos que, além do fator vergonha, a experiência do medo se faz presente nas pessoas que têm problemas de compulsão sexual. Esta percepção é feita a partir das conversas com pessoas que nos procuram pedindo ajuda.

Outro fator a ser considerado é a questão dos compulsivos sexuais utilizarem-se do expediente do vício sexual para fugir da realidade das emoções proporcionadas por esta condição. No entanto, o comportamento compulsivo sexual não satisfaz a fome emocional e, diríamos ainda que, nem a fome espiritual.

Enquanto alguns estudiosos associam a palavra adicção (vício) para o indivíduo que têm CSC, outros estudiosos argumentam que o termo adicção deveria ser monopólio dos transtornos causados pelo uso de substâncias (as drogas).

Ballone (on-line, 2005) indica que, “a neurobiologia do abuso de substâncias tem sido relativamente bem estudada, mas ainda não é perfeitamente evidente que os mecanismos envolvidos na drogadicção sejam os mesmos envolvidos na hipersexualidade”. Mas, Godoy (2016) encontrou respaldos em estudos realizados em 2014 com o uso de tecnologia de ponta como a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética, em que apontam para as reações do cérebro diante do vício sexual em materiais pornográficos, semelhante ou mais intenso que o uso de drogas. Citando Wilson, Godoy (2016) lembra que “os estudiosos chegaram à conclusão que, todos os vícios levam às mudanças no cérebro, entretanto o vício em pornografia é o que tem o maior potencial para viciar.” Mas estes estudos não são finais e as pesquisas prosseguem.

O compulsivo sexual traz como característica a hipersexualidade...

Conforme Ballone (on-line, 2005), hipersexualidade é o “aumento da sexualidade (desejo, fantasias e atividade) para além do socialmente habitual. Os comportamentos sexuais nas *parafilias costumam ser ritualísticos, ocultos e dissimulados, o que nem sempre (ou quase nunca) acontece no CSC.

É certo que o CSC se caracteriza por comportamentos sexuais impróprios, exagerados ou cognições que causam sofrimento subjetivo e comprometimento das funções ocupacional e interpessoal. Esse conceito agora apresentado deve ser utilizado de forma criteriosa para não incluir nele todo o comportamento sexual.

Em suas pesquisas, Carnes (2000) estabeleceu um ciclo em quatro etapas para o CSC.

primeira etapa é a preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe, estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca obsessiva de estimulação sexual.

segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.

terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.

quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.

Esse autor termina observando que as pessoas com CSC gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao isolamento social e sexual.
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Vocês observaram as etapas estabelecidas por Carnes? Viu o que ocorre na quarta etapa? O desespero ocorre nestas etapa e sabem o que o CSC faz para aplacar o desespero e a horrível sensação de aflição? Recorre ao sexo para aliviar as tensões causadas pela sensação de impotência e, de novo, o indivíduo entra em desespero.

Este é um ciclo interminável e por isto Carnes chama de ciclo. Se o CSC não buscar ajuda, estará fadada ao fracasso contínuo e consequentemente a possibilidade de suicídio como única saída para a sua condição de escravidão, auto tortura, etc.

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* Em breve, estaremos estudando um pouco a respeito das parafilias que, muitas vezes são confundidas com comportamento sexual compulsivo.
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Referências Bibliográficas

Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005

Carnes P, Schneider JP - Recognition and management of addictive sexual disorders: 
guide for the primary care clinician
. - Lippincotts Prim Care Pract 2000 May-Jun;4(3):302-18.

Godoy, RS - Pornografia na internet: danos ou benefícios? 2016


Coleman, E. - Is your patient suffering from compulsive sexual behavior? Psychiatr Annals 22:320-325, 1992.
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Um abraço fraterno aos nossos fiéis leitores e colaboradores. 


Ganharam o livro - Quebrando Cadeias - do Pr Celso Godoy, nossos colaboradores abaixo:

Carlos Antonio Nunes da Silva

Cleber Ferreira

Favor enviar endereço para o e-mail raigodoy@hotmail.com para que seu livro seja enviado a você! 



domingo, 3 de julho de 2016

Eu Sou Gay?

Algumas pessoas nos procuram para estar compartilhando um pouco de suas experiências e histórias de vida com o intuito de esclarecer algumas situações que as deixam confusas. Em alguns casos, chegam ao sofrimento psíquico. E, com isto, fizemos questão de fazer esta postagem no intuito de ajudar a esclarecer um pouco sobre esta temática que tem confundido muitas pessoas e, em especial, os jovens.

Então, para nortear a nossa postagem, queremos citar uma das muitas histórias que já ouvimos. Como sempre, não estaremos revelando nome ou local para que não haja nenhum tipo de constrangimento. Entretanto, temos a autorização da pessoa para compartilhar sua história. Afinal de contas, a história dela é muito parecida com a história de tantas outras pessoas. Maria é um nome fictício para esta história real.

Então vamos lá...
Um dia destes, recebemos um e-mail com o pedido de ajuda, pois a pessoa estava prestes a se casar. Faltavam apenas duas semanas e precisava de ajuda. Então, percebemos que o assunto era, de certa forma, urgente. Assim, passamos o meu número de celular e ela nos ligou em seguida.

Maria, uma jovem de 22 anos que estava para casar, começou a relatar o tal problema. E disse:

“Quando eu tinha 14 anos, havia uma amiga muito querida e éramos tão próximas que dormíamos na casa uma da outra. Fazíamos muitas coisas juntas e tínhamos muito carinho uma pela outra. Assim, os anos se passaram e a gente começou a perceber que havia algo estranho, mas não tocamos no assunto. Quando eu fiz 16 anos... bem no dia do meu aniversário... depois da festa, minha amiga e eu fomos abrir os presentes, estávamos eufóricas e ríamos muito. De repente, ela pegou em minha mão e me jurou amizade pra vida toda e eu, fiquei tão emocionada que chorei. A minha amiga, com suas mãos, enxugou meu rosto e, foi quando, me deu um beijo demorado. E eu... eu correspondi ao beijo dela. Fomos interrompidas quando a mãe dela gritou ‘boa noite’ do quarto dela! Então nos largamos e, sem graça, fomos dormir. Ela foi dormir numa cama e eu dormi em outra cama. Interessante que, duas semanas depois meu pai foi transferido do banco em que trabalhava para outra cidade. Assim, a gente teve que se mudar. Minha amiga e eu nos desligamos um pouco. Bem, hoje eu sou noiva e, do nada, me veio o beijo à memória. A verdade é que fiquei pensando que eu estou casando com um homem. Estou confusa e queria saber se aquele beijo pode ser uma experiência que define ou demonstra que eu sou gay?”

Então...
Para que esta postagem não fique longa, seremos muito objetivo e diremos que, há todos os momentos de nossas vidas passamos por experiências. Algumas marcantes e outras não damos muita importância. Algumas vezes, passamos por situações e eventos que acabam norteando nossa história de vida. No entanto, devemos ser inteligentes a ponto de não permitir que um evento ou até mais de um, defina a nossa história de vida ou mesmo nos deixe confusos.

É bom lembrarmos que quando somos jovens nossos hormônios estão “à mil” e a quantidade de informações que nós temos, nem sempre é suficiente para nos proporcionar bons argumentos para tomarmos uma decisão acertada.

Voltando a história de Maria...
Acabamos conversando um pouco mais e Maria me disse que não pensa em meninas e não se sente sexualmente atraída por meninas. Mas ela queria saber o motivo daquele beijo ter vindo à memória dela. E eu disse: “Maria, o dia do casamento de uma pessoa é muito importante, mas ao mesmo tempo, causa um grande stress. Sua amiga era uma pessoa que esteve ao seu lado te apoiando em momentos como este. Conforme você me falou, sua mãe faleceu ano passado e seu pai casou-se com outra pessoa que tem quase a sua idade. Então, pense bem e veja o que a lembrança daquele beijo representa para você?”

E ela me disse: “Eu acho que sinto falta de alguém ao meu lado para me apoiar neste momento e minha amiga era alguém que me ajudaria muito nestas horas. Mas eu acho que eu estou confusa e caminhando por uma linha muito fininha entre a amizade e a carência afetiva.”

Rimos ao telefone e Maria foi se acalmando. Para descontrair um pouco fizemos esta consideração:  

“Maria, se uma pessoa se esfregar em um banco (cadeira) e sentir prazer isto significa que ela é bancosexual?” Ela riu muito e disse: “Claro que não!!! Sabe, meu noivo tem andado um pouco distante, pois ele tem trabalhado muito para que o casamento saia do jeitinho que eu quero e com isto tenho me sentido só. Mas ele é um fofo e eu sou muito apaixonada por ele e me sinto bem com seus beijos e carinhos... sabe... (rs) ele é um gato”.

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Espero que nossos leitores tenham entendido o sentido da postagem. Sabemos que cada pessoa tem sua própria experiência e pode aprender muito com elas, mas há pessoas que têm experiências e acabam se fixando nelas a ponto de definir e nortear sua vida. No entanto, há casos em que a pessoa chega ao nível de auto tortura e auto culpa, vindo, com isto, um intenso sofrimento psíquico.

Então, se você passou por alguma experiência, em especial, sexual, saiba que esta experiência não pode definir você e sua história de vida! Para complementar esta leitura, sugerimos a leitura das postagens com o nome: Inteligência Sexual!


Se precisar conversar sobre este ou outro tema da sexualidade, envie e-mail para raigodoy@hotmail.com


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