domingo, 6 de maio de 2018

Abuso Sexual na Infância: Lares propícios!


Olá queridos e queridas!

Como os nossos leitores já sabem, maio é o mês em que separamos para falar sobre a questão do abuso sexual na infância – ASI. Se você quiser conhecer abordagens anteriores sobre este mesmo tema, clique nos links abaixo. Você encontrará muitas postagens relevantes a respeito do ASI com subtemas como: definição, sintomas, maneiras de prevenir, etc.


Hoje, falaremos sobre o ASI sob a ótica do livro: Lágrimas Secretas (veja informações sobre o livro ao final da postagem).

“De fato, apenas 11% dos abusos sexuais são praticados por estranhos. A grande maioria dos abusos, no entanto, ocorrem entre membros da família (29%) ou por alguém conhecido pela vítima (60%)” Allender, (p.110). Estes dados são dos anos 90 e, acreditamos que isto aumentou e muito nos dias atuais, pois as informações e dados são um pouco mais realistas, hoje em dia. Afinal, as muitas denúncias da atualidade, demonstram que há muito mais ASI ocultos nos seios familiares do que podemos imaginar.

Bem, todo ASI é uma violação, não apenas do corpo de uma criança, mas também, da sua alma humana e a sua mente ainda em formação que, tão facilmente registra para sempre todos as experiências e, especialmente, as que são vividas sob forte impacto emocional, “mas quando o abuso é executado por um membro da família ou por alguém que ganhou a confiança da pessoa a perda é ainda mais severa. Abuso sexual é sempre a violação de um relacionamento. Esta violação sempre causa danos à alma, ainda que em diferentes níveis”. Allender (p.111).

O ASI ocorre dentro de um contexto e segundo Allender (p.111), “o contexto é algo muito importante para a compreensão desta primeira fase”. Todos os detalhes são importantes na compreensão de cada fase do ASI. Ainda, conforme Allender (p.111), dependendo do lar, ele se torna “solo fértil para o desenvolvimento de carências da alma”.
Vejamos agora, lares que propiciam o ASI, conforme aponta Allender (p.111)

1- Que apresentam um relacionamento distante e vazio;
2- Que não apresentam intimidade legítima e sadia;
3- Em que as pessoas não têm a certeza de que são queridas de fato, “por aquilo que é e não por aquilo que faz”;
4- Onde a criança perde suas características infantis e chegam ao cúmulo de assumirem papéis que seriam dos seus pais;
5- Em que não existe direito à privacidade nem durante os processos de higiene individual
6- Em que não se dá direito ao espaço físico e liberdade de pensamentos;
7- Onde o pai diz a uma filha que seus sentimentos estão errados, são loucos ou simplesmente inexistentes... onde seus sentimentos são negados ou rejeitados;

Bem, há muitos outros lares que são típicos solos férteis para que se instale um ambiente propício para a criação de crianças fragilizadas e prolifere a ação de abusadores de crianças. Talvez, observar e considerar estes pontos acima apresentados, já nos dê uma pista de como anda o nosso lar.

Precisamos perceber se algo falta, pois precisamos estar mais atentos ao que ronda nossa família. Um pouco mais de amor, atenção, respeito e consideração... bem, isto já será um começo! Não apenas, para evitar o risco do ASI, mas para que se tenha um lar em que todos os membros sejam e sintam-se amados, acolhidos, ouvidos e seguros, a ponto de se abrirem e encontrarem um ambiente com calor humano, afetividade e cumplicidade familiar... apoio, aconchego...

Lembrem-se “A experiência de ser profundamente usado e desprezado por alguém em quem confiamos e consideramos destrói a esperança de que um relacionamento possa ser profundamente apreciado”. Allender (p.115).

Um forte abraço a você que veio,
Rai Godoy

Todos os artigos aqui postados são de responsabilidade e *autoria de:
Rai Godoy - Especialista em Sexualidade, Inteligência Emocional e Analista de Perfil Comportamental - Life Coach - Conselheira Profissional – Hipnoterapeuta (Instituto Versate e ACT Institute) - Membro da ABRASEX, SBRASH, SBIE e SLAC. *com algumas exceções que serão devidamente citadas

Referência:
Allender, Dan B., Lágrimas Secretas: Cura para vítimas de abuso sexual na infância. São Paulo: Mundo Cristão, 1999 – 3ª reimpressão 2008


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