Olá queridos e queridas... sejam
bem vindos!
Estamos
dando continuidade às nossas postagens que trazem o tema do abuso sexual na
infância – ASI. Este tema permeia todo o mês de maio em todos os anos em nosso
blog. E queremos, hoje, falar a respeito dos estágios que envolvem o abuso
sexual na infância.
Entender
como ocorre o ASI através de seus estágios, pode nos mostrar as possibilidades
em se combater este mal que está espalhando por todos os lados, inclusive e,
principalmente em nossas famílias.
Allender,
apresenta os estágios do ASI, em seu livro, “Lágrimas Secretas¹”. Ele explica que apesar de todo abuso ser
único, é possível observar um padrão, “Há um processo comum a vários casos de
abuso, quer eles tenham sido cometidos por parentes ou por uma pessoa fora da
família. Os agressores têm uma estratégia relativamente clara para envolver
suas vítimas” (p.110).
Allender
(p.116) elenca 4 estágios do processo do ASI. Sua intenção é compreender o
processo do abuso, pois ele entende que isto é fundamental porque isto pode libertar
a vítima de uma culpa desnecessária. A observação deste processo fornece
elementos para esclarecer outros fatos que produzem confusão e culpa. Abaixo,
vejam os estágios:
1-
Desenvolvimento de intimidade e discrição;
2-
Apreciação de toque físico que parece adequado;
3-
Abuso sexual propriamente dito, seja por interação física ou psicológica;
4-
Manutenção do abuso e do segredo vexatório através de ameaças ou privilégios;
Nesta
postagem de hoje, abordaremos apenas o primeiro estágio. Para Allender (p.116),
“o primeiro estágio do abuso pode ser considerado um modo de agir consciente e
intencional”, seja dentro de um longo, médio ou curto tempo, o abusador sempre
busca desenvolver intimidade e discrição. Mesmo para aqueles que lançam um
ataque violento, ainda assim, eles buscam, anteriormente, uma relação íntima
com a vítima.
Neste
estágio, o abusador oferece a criança faminta de acolhimento, um relacionamento
de intimidade, privilégios especiais e recompensas. Bem, para a criança que não
tem atenção, carinho, amizade, diálogo e momentos de alegria ao lado de seus
familiares, passa a ser um refrigério, encontrar esta pessoa “tão amorosa e
dedicada”.
À
exemplo deste primeiro estágio, citaremos a história contada por Allender
(p.117), sobre um pastor que costumava a conversar com uma mocinha carente de
atenção dos seus pais. Ela tinha 13 anos aproximadamente, e este pastor dos
EUA, falava sobre seus problemas conjugais e inclusive na área sexual. Allender
(p.118), afirma que a atitude deste pastor, já demonstra a intenção consciente
de manter, no futuro, um primeiro contato físico abusivo. Independentemente, se
este abusador for ou não, passar para outro estágio, ainda assim, é configurado
algo altamente danoso à alma da vítima.
No
capítulo 1, allender (p.59) relata que as interações podem ser qualificadas
como visuais, verbais ou psicológicas, ele afirma que “interações sexuais
verbais podem ser igualmente abusivas” e em suas notações, ele expressa,
Há uma enorme controvérsia sobre esta
categoria. Todos os maiores pesquisadores deste campo, incluindo Finkelhor,
Russell e Courtois, reconhecem que o abuso sexual não está limitado ao contato
físico. Atitudes como exibicionismo e sedução verbal são quantificáveis e
facilmente comprovadas. E quanto ao abuso sexual psicológico? Ele pode incluir
outras formas de abuso sem contato, mas é ainda menos aparente e, portanto,
mais sujeito à má interpretação. (p.327)
Uma
pessoa carente de afeto, adulta, é capaz de se deixar seduzir e até ser
denegrida, apenas para receber atenção e acolhimento, acreditando que será algo
que saciará sua necessidade de atenção e acolhimento. Imagine uma criança
desamparada por seus pais? Mesmo aquelas crianças que possuem pais morando na
mesma casa, são capazes de receber quase zero de atenção, segurança e respeito.
Refletindo sobre este estágio acima
apresentado:
Todos
os dias, nossas crianças estão sendo desamparadas através da falta de atenção e
tempo por parte de seus pais e de outros adultos como: professores, tios e
outros parentes que deveriam estar protegendo esta criança. Proteger a criança,
não é, apenas, tomar cuidado ao escolher as pessoas com quem você as deixa, ou
mesmo, as pessoas que fazem parte do rol de amigos, mas é fortalece-las com
carinho, atenção e muito afeto... tão fortes e profundos, marcantes e
indeléveis, ao ponto da criança, acreditar firmemente que, o que ela recebe de
seus pais, seja suficiente para atender suas necessidades emocionais.
Quanto
de carinho, atenção e amor, você está dando para seus filhos, ou mesmo para
outras crianças que estão no seu entorno?
Um forte abraço a você
que veio,
Rai Godoy
Todos os artigos aqui postados são de
responsabilidade e *autoria de:
Rai Godoy
- Especialista em Sexualidade, Inteligência Emocional e Analista de Perfil
Comportamental - Life Coach - Conselheira Profissional – Hipnoterapeuta
(Instituto Versate e ACT Institute) - Membro da ABRASEX, SBRASH, SBIE e SLAC. *com
algumas exceções que serão devidamente citadas
Referência:
Allender,
Dan B., Lágrimas Secretas: Cura para vítimas de abuso sexual na infância. São
Paulo: Mundo Cristão, 1999 – 3ª reimpressão 2008
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