quinta-feira, 17 de maio de 2018

Estágios do processo do abuso sexual!


Olá queridos e queridas... sejam bem vindos!


Estamos dando continuidade às nossas postagens que trazem o tema do abuso sexual na infância – ASI. Este tema permeia todo o mês de maio em todos os anos em nosso blog. E queremos, hoje, falar a respeito dos estágios que envolvem o abuso sexual na infância.

Entender como ocorre o ASI através de seus estágios, pode nos mostrar as possibilidades em se combater este mal que está espalhando por todos os lados, inclusive e, principalmente em nossas famílias.

Allender, apresenta os estágios do ASI, em seu livro, “Lágrimas Secretas¹”.  Ele explica que apesar de todo abuso ser único, é possível observar um padrão, “Há um processo comum a vários casos de abuso, quer eles tenham sido cometidos por parentes ou por uma pessoa fora da família. Os agressores têm uma estratégia relativamente clara para envolver suas vítimas” (p.110). 

Allender (p.116) elenca 4 estágios do processo do ASI. Sua intenção é compreender o processo do abuso, pois ele entende que isto é fundamental porque isto pode libertar a vítima de uma culpa desnecessária. A observação deste processo fornece elementos para esclarecer outros fatos que produzem confusão e culpa. Abaixo, vejam os estágios:

1- Desenvolvimento de intimidade e discrição;
2- Apreciação de toque físico que parece adequado;
3- Abuso sexual propriamente dito, seja por interação física ou psicológica;
4- Manutenção do abuso e do segredo vexatório através de ameaças ou privilégios;

Nesta postagem de hoje, abordaremos apenas o primeiro estágio. Para Allender (p.116), “o primeiro estágio do abuso pode ser considerado um modo de agir consciente e intencional”, seja dentro de um longo, médio ou curto tempo, o abusador sempre busca desenvolver intimidade e discrição. Mesmo para aqueles que lançam um ataque violento, ainda assim, eles buscam, anteriormente, uma relação íntima com a vítima.  

Neste estágio, o abusador oferece a criança faminta de acolhimento, um relacionamento de intimidade, privilégios especiais e recompensas. Bem, para a criança que não tem atenção, carinho, amizade, diálogo e momentos de alegria ao lado de seus familiares, passa a ser um refrigério, encontrar esta pessoa “tão amorosa e dedicada”.
À exemplo deste primeiro estágio, citaremos a história contada por Allender (p.117), sobre um pastor que costumava a conversar com uma mocinha carente de atenção dos seus pais. Ela tinha 13 anos aproximadamente, e este pastor dos EUA, falava sobre seus problemas conjugais e inclusive na área sexual. Allender (p.118), afirma que a atitude deste pastor, já demonstra a intenção consciente de manter, no futuro, um primeiro contato físico abusivo. Independentemente, se este abusador for ou não, passar para outro estágio, ainda assim, é configurado algo altamente danoso à alma da vítima.

No capítulo 1, allender (p.59) relata que as interações podem ser qualificadas como visuais, verbais ou psicológicas, ele afirma que “interações sexuais verbais podem ser igualmente abusivas” e em suas notações, ele expressa,

Há uma enorme controvérsia sobre esta categoria. Todos os maiores pesquisadores deste campo, incluindo Finkelhor, Russell e Courtois, reconhecem que o abuso sexual não está limitado ao contato físico. Atitudes como exibicionismo e sedução verbal são quantificáveis e facilmente comprovadas. E quanto ao abuso sexual psicológico? Ele pode incluir outras formas de abuso sem contato, mas é ainda menos aparente e, portanto, mais sujeito à má interpretação. (p.327)

Uma pessoa carente de afeto, adulta, é capaz de se deixar seduzir e até ser denegrida, apenas para receber atenção e acolhimento, acreditando que será algo que saciará sua necessidade de atenção e acolhimento. Imagine uma criança desamparada por seus pais? Mesmo aquelas crianças que possuem pais morando na mesma casa, são capazes de receber quase zero de atenção, segurança e respeito.

Refletindo sobre este estágio acima apresentado:
Todos os dias, nossas crianças estão sendo desamparadas através da falta de atenção e tempo por parte de seus pais e de outros adultos como: professores, tios e outros parentes que deveriam estar protegendo esta criança. Proteger a criança, não é, apenas, tomar cuidado ao escolher as pessoas com quem você as deixa, ou mesmo, as pessoas que fazem parte do rol de amigos, mas é fortalece-las com carinho, atenção e muito afeto... tão fortes e profundos, marcantes e indeléveis, ao ponto da criança, acreditar firmemente que, o que ela recebe de seus pais, seja suficiente para atender suas necessidades emocionais.

Quanto de carinho, atenção e amor, você está dando para seus filhos, ou mesmo para outras crianças que estão no seu entorno?

Um forte abraço a você que veio,
Rai Godoy

Todos os artigos aqui postados são de responsabilidade e *autoria de:
Rai Godoy - Especialista em Sexualidade, Inteligência Emocional e Analista de Perfil Comportamental - Life Coach - Conselheira Profissional – Hipnoterapeuta (Instituto Versate e ACT Institute) - Membro da ABRASEX, SBRASH, SBIE e SLAC. *com algumas exceções que serão devidamente citadas

Referência:
Allender, Dan B., Lágrimas Secretas: Cura para vítimas de abuso sexual na infância. São Paulo: Mundo Cristão, 1999 – 3ª reimpressão 2008

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