Este texto não diz respeito a todas as pessoas com obesidade, mas tem o objetivo de abrir os olhos de quem possa estar sofrendo com a obesidade e nem perceber o quanto isto afeta a sua vida em várias áreas e inclusive a sexual.
Segundo
alguns estudiosos, a obesidade é uma doença crônica, multifatorial que,
conforme a SBEM, “é fator de risco para uma
série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como
hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras”. Gonçalves
e Moraes, 2004
A
obesidade se tornou um assunto de interesse mundial e, é fácil perceber os
motivos, afinal, esta proporção ocorreu em função das várias pessoas no mundo
estarem, a cada dia mais e com maior facilidade e rapidez, se tornando obesas. Em
nossa realidade, segundo SBEM, o “Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas
consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante
chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas”. SBEM
Um
breve resumo da história da obesidade
“A
obesidade não é um fenômeno recente. Sabe-se da existência de indivíduos obesos
já na época paleolítica, há mais de 25.000 anos atrás.” Os desenhos rupestres já
apresentavam um peso excessivo em relação à altura dos indivíduos representados
nestes desenhos. Halpern, 1999
Ainda,
conforme Halpern, a pré-história foi marcada pelas dificuldades que indivíduos sentiam
para encontrar alimentos e pelas condições climáticas encontradas durante seus
deslocamentos em sua busca de novos locais para melhorar suas condições de
sobrevivência. Assim, “... nossos antepassados tinham grande capacidade de estocar energia e de obter proteção
térmica.” Só que esta capacidade de acumular gordura que se tornou “essencial para nossos antepassados -, tornou-se
prejudicial com os padrões de vida atuais” aliado com a "excessiva oferta
de alimentos - e particularmente de alimentos ricos em gorduras - acoplada aos
crescentes confortos da vida moderna - tendentes a nos tornar cada vez mais
inativos - nos conduz à obesidade.” (Halpern, 1999)
Na
Idade Média e no período do Renascimento as mulheres com formas mais arredondas
eram as mais valorizadas. Isto é notoriamente representado nas telas pintadas
durante estes períodos.
Em
algumas sociedades a obesidade já foi vista como símbolo de uma vida financeira
de sucesso. No entanto, a partir dos anos 60 e 70 em que aconteceram
transformações sociais, iniciou-se a busca pelo corpo perfeito: o magro ou o atlético,
que passou a ser considerado objeto de consumo.
Nos
anos 80 e 90, estudos sugeriram que padrões de comportamentos sedentários
passassem a ser observados e o peso fosse controlado a partir de uma
alimentação saudável e prática de exercícios físicos.
Conforme dados, na Europa, de 1988 a 1995 ficou evidente “que
10 a 20% dos homens e 10 a 25% das mulheres apresentam índice de massa corpórea
igual ou maior que 30 kg/m2”.
(Halpern, 1999)
Para SBEM, a “obesidade é caracterizada pelo acúmulo
excessivo de gordura corporal no indivíduo”. No entanto, o
endocrinologista Halpern (1999), afirma que a
“obesidade é uma doença resultante do conflito entre genes antigos e vida
moderna”.
Quem
pode ser considerado obeso?
Conforme o SBEM, para um indivíduo “ser considerado obeso, o *IMC deve estar acima de 30.”
Qual
a relação, neste texto, a respeito da obesidade e sexualidade?
Atualmente,
a obesidade tem trazido grandes sofrimentos nas áreas fisiológica, emocional,
social, sexual, dentre outras. E, na área psíquica, podem surgir muitos conflitos
relacionados à autoimagem corporal do obeso e ao mesmo tempo pode gerar muitos
transtornos em suas relações amorosas e consequentemente em sua vida
sexual.
Como
o obeso se vê.... A autoimagem!
Em
se tratando de autoimagem, Kaufman afirma que, a imagem corporal é uma espécie
de ‘retrato mental’. É a ideia que o indivíduo tem sobre seu próprio corpo,
suas atitudes e o sentimento em relação à sua aparência física. Para o autor,
“o obeso tem uma imagem corporal distorcida e esta distorção é tanto mais
intensa, quanto mais antiga for a obesidade.” Simplificando, se a obesidade
ocorre desde a mais tenra idade e vem acompanhando até a fase adulta, então a
distorção em relação a sua autoimagem torna-se maior. (Kaufman, 1993)
O
corpo frente ao outro...
O
corpo chega primeiro em qualquer lugar que a pessoa vá. Nas interações sociais
ele é o primeiro a aparecer e, muitas vezes, o dono deste corpo é julgado pela
sua aparência. Isto nos dá ideia que, a distorção da autoimagem pode ser
alimentada, também, pela forma como as pessoas à volta lidam com a aparência do
outro.
Para
alguns estudiosos, “a obesidade é a expressão sintomática dos conflitos
internos e externos, uma maneira que o indivíduo encontra para lidar com
situações conflituosas, com suas tristezas e ansiedades”. (Gonçalves e Moraes, 2004)
Da
infância a fase adulta...
Quando
a pessoa obesa é tratada com desprezo e hostilidade desde muito cedo e chega a
fase adulta, geralmente, ele é confrontado com exigentes padrões de beleza que
não consegue atingi-los. Neste sentido, o obeso, poderá se considerar alguém
que não merece fazer parte do meio em que vive ou mesmo que não seja suficientemente
capaz de atrair alguém que o (a) deseje e ame.
A
fase sexual e o contato com o corpo...
A
fase sexual é aquela que irá mobilizar o indivíduo para o contato com o seu
corpo, mas não atingindo este potencial o obeso poderá vir a buscar sua fonte
de prazer na alimentação. Este tipo de comportamento poderá passar a ser uma
condição pela qual ele não consiga mais sair por si só. Caso o obeso caia neste
ciclo, poderá ficar preso nele. No entanto, sua condição poderá ser mudada e
sua vida transformada.
Este
texto foi feito com o intuito de levar o indivíduo obeso, que tem dificuldades
em lidar com seu corpo a entender que não precisa permanecer só em sua
caminhada, pois a psicoterapia, por exemplo, pode oferecer a possibilidade,
através do autoconhecimento. Podendo resgatar a sua autoestima e assim melhorar
a interação consigo mesmo e seus pares.
Queremos
ainda, foi levar a pessoa obesa a uma reflexão que o possibilite ver se a sua
condição física não esteja “atrapalhando” a visão a respeito de si mesmo, seu
corpo e sua sexualidade.
Indo
além...
Cada
ser humano é único! Até os gêmeos são diferentes! Conhecer-se a si mesmo e ter
uma visão mais próxima de sua realidade é importante para que a pessoa obesa
(ou mesmo as magras) saibam como agir e reagir frente à sua condição. Saber sua
importância, independente do seu peso, pode tornar qualquer ser humano mais
feliz e este ser a primeira pessoa a se aceitar.
Lembre-se
que, tudo o que Deus fez e faz é muito bom! Seja grato e sinta-se amado por
Deus! Se ame e encontre pessoas que te amem e te aceitem! Agindo assim, será
muito mais fácil encontrar soluções para viver uma vida harmoniosa.
Cuide
de sua saúde e busque uma vida mais e mais saudável através de boa alimentação,
prática de exercícios físicos e consulte seu médico para avaliar sua condição
física.
*IMC - Índice de Massa Corpórea - para medir seu IMC clique aqui
Referências
Bibliográficas
GONÇALVES,
A. F.; MORAES, D. E. B. - Obesidade e Sexualidade. Artigos Opinativos e de Atualização.
Revista Brasileira de Sexualidade Humana. Volume 15, nº 1, 2004. SBRASH -
Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana - Iglu Editora Ltda. -
São Paulo/SP
Disponível
em <http://www.scribd.com/doc/86053223/1-rbsh-vol15-2004-n1#scribd>
Halpern,
Alfredo. A epidemia da obesidade. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27301999000300002>
acesso em: 15.03.2016
Kaufaman,
A. Obesidade feminina e sexualidade. In Cordas. T.A. fome de cão: quando o medo
de ficar gordo vira uma doença – Anorexia, bulimia, obesidade. São Paulo,
editora Maltese, 1993.
Portal
SBEM, disponível em <http://www.endocrino.org.br/obesidade/>
acesso em 15.03.2016
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