quarta-feira, 23 de março de 2016

Sexualidade Feminina: Passado x Dias Atuais


O texto abaixo traz uma rápida reflexão sobre a sexualidade feminina no passado e as possibilidades de escolhas no tempo presente. Nosso objetivo é, despertar nas nossas leitoras (e leitores) um olhar reflexivo sobre a sua importância enquanto indivíduo que vem adquirindo o poder de escolha. Talvez, tendo noção de como a sexualidade da mulher foi construída, a mesma poderá ter uma base mínima para suas reflexões e consequentemente suas escolhas.

Vamos lá...
O corpo feminino já fora visto como algo muito próximo ao divino e hoje está muito próximo ao demoníaco. Mas, só foi a partir do século XVIII que a sexualidade feminina passou a ser alvo de pesquisadores. A mulher e sua sexualidade que outrora estava fora do alvo de pesquisas passou a ocupar um importante lugar para médicos/psiquiatras.

Para alguns estudiosos como Freud, à mulher foi relegado o espaço doméstico. Para aquele período, ela deveria ser protegida, pois era considerada frágil e sensível, mas ao mesmo tempo era vista como alguém que possuía uma organização física e moral degenerável.

Naquela época, a mulher deveria ter uma postura que se enquadrasse aos padrões pré-estabelecidos para ela. Fora deste padrão (de boa mãe e esposa) ela seria alvo de estigmas de degeneração, como: prostituta, desvairada, louca, histérica, e até mesmo desnaturada.

Dentre outras coisas, a mulher precisaria ser dominada para que a ordem social fosse mantida. Sua sexualidade então seria dominada pelo marido e seriam monitorados pelos padrões da sociedade em que viviam. É bom lembrar que, em muitas sociedades, a mulher já foi considerada propriedade do homem.

No passado, o controle da sexualidade feminina era concebido pelos pensadores religiosos e até mesmo por alguns filósofos. A compreensão da época era que, o sexo estava numa categoria inferior ou que era uma prática impura. Santo Agostinho, por exemplo, descreveu o impulso sexual como sendo algo que provocaria uma desordem crônica nas relações. Seu entendimento era que, o impulso sexual que perturbava até mesmo em sonhos, era capaz de fazer coisas inimagináveis em outros momentos.  

A purificação do sexo foi alvo das pregações de alguns grupos religiosos que tinham que lidar com este tema a partir da procriação sem contemplar o impulso e o prazer sexuais. E, como a mulher era tida como a tentadora e consequentemente aquela que fazia com que os homens se tornassem impuros, algo deveria ser feito para controla-la. Então, mesmo no casamento, Agostinho ensinou que o prazer sexual deveria ser desconsiderado.

Tomás de Aquino foi outro pensador na construção dos assuntos relacionados à sexualidade. Conforme Bússola (2012, p.83), Aquino entendia que “Um homem inteligente jamais teria relações sexuais com mulheres, nem mesmo com sua esposa porque ‘o ato sexual sempre tem algo de vergonhoso em si e faz a pessoa enrubescer’" ("Summa Th."; q. 49; a. 4; ad 4)”

Estes e outros pensadores da sexualidade, e em especial à feminina, trouxeram um leque de ideias que marcou a mentalidade que ainda hoje direciona grande parte da população e, em especial a masculina (também, a mente de algumas mulheres machistas! Infelizmente, muitas delas nem percebem o quanto são machistas. Um dia eu falo sobre isto! rs).

Cabe a mulher buscar o seu espaço na sociedade e, também na sua vida privada. Que seja ela aquela que direciona as suas escolhas, mas segue um alerta:  Para realizar suas escolhas, a mulher terá que ser capacitada. E, no tocante a vida sexual suas escolhas devem estar em conexão consigo mesma e seu marido, pois a parceria do casal vai tornar a sexualidade da mulher sempre uma escolha que redunde em alegrias para os dois. Uma esposa que conhece sua sexualidade e compartilha com seu marido, certamente é mais feliz e fará deste marido, um homem mais feliz ainda.

Para que as mulheres saibam lidar com os conceitos e preconceitos relacionados à sua sexualidade, ela precisará contemplá-la (a sexualidade) como um presente para usufruir da melhor forma possível: ao lado de seu marido! No entanto, é preciso que este marido seja um parceiro que a conduza e que saiba abraçar as expectativas de suas esposas. E, em se tratando da sexualidade do casal, a condução pode ser dos dois que se tornaram um.


Bem, no passado, uma mulher não tinha direito de escolher e nem se sabia nada sobre sua sexualidade. Hoje em dia, com uma abertura sobre assuntos relacionados à sexualidade, a mulher deve aproveitar para compartilhar com seu marido também suas questões sexuais. Certamente ela terá uma vida muito mais proveitosa (e ele mais ainda! rs)

3 comentários:

  1. Conceito e preconceito. Quanto mais nos apropriamos, mais nos posicionamos, mais conquistamos. Ser mulher amada por Deus e pelos que nos cercam é o verdadeiro resgate da nossa sexualidade. Isto nos faz compartilhar o melhor de nós:amor.

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    1. Grata pelo comentário que só veio somar ao nosso texto! Ainda mais você que é uma referência de saber e fazer acontecer o viver em Cristo!

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  2. Conceito e preconceito. Quanto mais nos apropriamos, mais nos posicionamos, mais conquistamos. Ser mulher amada por Deus e pelos que nos cercam é o verdadeiro resgate da nossa sexualidade. Isto nos faz compartilhar o melhor de nós:amor.

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