Sejam todos e todas bem vindos!
Conforme apresentado na primeira
parte desta postagem, a compulsão sexual é uma enfermidade que pode alcançar
qualquer um de nós. Entretanto, conforme números apresentados na primeira
parte, apenas uma pequena parcela da população sofre deste mal. Porém, este
número diz respeito apenas às pessoas diagnosticadas, devido à vergonha e outras
situações, muitas pessoas sofrem caladas.
Vamos à continuação de nosso texto...
Citando Murphy (1986), Ballone (on-line,
2005) afirma que “alguns autores acham que o abuso sexual na infância possa ser
um fator de risco para o desenvolvimento de Comportamento Sexual Compulsivo.” Este
CSC talvez seja a forma pela qual o sobrevivente de abuso sexual encontrou para
lidar com seus “afetos e sensações desconfortáveis, tais como a baixa
auto-estima, vergonha e ansiedade crônica”. Mas é bom lembrar que as evidências
que sustentam esse ponto de vista discordam de outros estudos.
Vamos aos números comparativos em
estudos...
Estudos de Carnes e Delmonico
290 foi o número de
pessoas que estavam sendo tratadas em adição de sexo
78% destas pessoas mencionaram
abuso sexual na infância
Outros estudos
No entanto, outros
estudiosos, em pesquisas diferentes observaram um número bem abaixo do estudo
acima citado. Apenas 28 a 31% dos pesquisados mencionaram eventos sexuais
traumáticos.
Ballone (on-line,
2005) alerta que, “embora alguns autores se proponham a relacionar o abuso
sexual na infância com o Comportamento Sexual Compulsivo, o fato desses abusos
serem relativamente comuns na população geral e entre pacientes psiquiátricos,
a eventual relação causal entre eles fica seriamente prejudicada”.
Importante
pesquisa...
Antes de
prosseguirmos, devemos explicar que “não está claro ainda se a denominação mais
correta seria Transtorno Hipersexual, Hipersexualidade Patológica ou Comportamento
Sexual Compulsivo. Escolhemos o termo hipersualidade por ser o utilizado na
pesquisa, mas lembrem-se que o significado é o mesmo.
A pesquisa com
ratos – os resultados apresentados estão relacionados às áreas do cérebro
destes animais.
Após os ratos serem
induzidos a terem crises límbicas crônica, “verificou-se que lesões bilaterais
dos lobos temporais resultaram na síndrome de Klüver-Bucy. Esta síndrome tem
como característica “o comportamento hipersexual e outros desequilíbrios do
comportamento social. Lesões específicas do Sistema Límbico, como lesões da
área septal, também têm demonstrado levar a aumento do comportamento sexual” (Ballone,
on-line, 2005).
Através de estimulação
elétrica nas estruturas límbicas, particularmente a área septal verificou-se que
ali havia uma associação ao intenso prazer. Ballone (on-line, 2005) afirma que “a
síndrome de Klüver-Bucy tem sido relatada no homem que podem ocorrer alterações
da preferência sexual mais comumente do que hipersexualidade isolada1.
No estudo ainda verificou-se a presença da hipersexualidade depois de tumores
do lobo temporal, de lesão septal ou de AVC do lobo temporal. Relatou-se
erotomania2 em pacientes com disfunção frontal e temporal.”
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1-Resolvemos aqui
fazer uma consideração quanto a questão das alterações de preferência sexual.
Acreditamos que estas preferências não dizem respeito às preferências
relacionadas às pessoas do mesmo sexo. Devemos agora, lembrar que a
homossexualidade foi retirada do DSM há algumas décadas e não é considerada um
transtorno. Não consultamos nenhum outro estudo para fazer esta consideração
apresentada, a nossa opinião se respalda em leituras realizadas no manual dos
psiquiatras ou como é conhecida: A bíblia dos psiquiatras.
2-Erotonomia – (sub.
fem.) exageração, às vezes mórbida, dos sentimentos amorosos e do fascínio por
contatos sexuais; mania de sexo.
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Particularmente
acreditamos que, em alguns casos de pessoas que foram abusadas na infância de
forma contínua, repetida por vários anos e por vários abusadores, podem levar
sim a pessoa não à compulsão sexual, mas como alguém que necessita de aprovação
através do sexo para se sentir amada. Assim, sujeita-se a praticar sexo com
várias pessoas. E neste sentido, pode se confundir com a compulsão sexual.
A sensação de não ser
amada e os muitos “rombos” emocionais podem levar as pessoas a se submeterem a
práticas que, além de não preencher o seu vazio, trará o aprofundamento das
raízes de amargura.
Um abraço mais que especial e até próxima postagem: Compulsão Sexual: Terceira Parte e depois, falaremos um pouco sobre as parafilias.
Rai Godoy
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Referências Bibliográficas
Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005
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