segunda-feira, 11 de julho de 2016

Compulsão Sexual - Segunda Parte

Sejam todos e todas bem vindos!

Conforme apresentado na primeira parte desta postagem, a compulsão sexual é uma enfermidade que pode alcançar qualquer um de nós. Entretanto, conforme números apresentados na primeira parte, apenas uma pequena parcela da população sofre deste mal. Porém, este número diz respeito apenas às pessoas diagnosticadas, devido à vergonha e outras situações, muitas pessoas sofrem caladas.

Vamos à continuação de nosso texto...

Citando Murphy (1986), Ballone (on-line, 2005) afirma que “alguns autores acham que o abuso sexual na infância possa ser um fator de risco para o desenvolvimento de Comportamento Sexual Compulsivo.” Este CSC talvez seja a forma pela qual o sobrevivente de abuso sexual encontrou para lidar com seus “afetos e sensações desconfortáveis, tais como a baixa auto-estima, vergonha e ansiedade crônica”. Mas é bom lembrar que as evidências que sustentam esse ponto de vista discordam de outros estudos.

Vamos aos números comparativos em estudos...

Estudos de Carnes e Delmonico  
290 foi o número de pessoas que estavam sendo tratadas em adição de sexo
78% destas pessoas mencionaram abuso sexual na infância

Outros estudos
No entanto, outros estudiosos, em pesquisas diferentes observaram um número bem abaixo do estudo acima citado. Apenas 28 a 31% dos pesquisados mencionaram eventos sexuais traumáticos.

Ballone (on-line, 2005) alerta que, “embora alguns autores se proponham a relacionar o abuso sexual na infância com o Comportamento Sexual Compulsivo, o fato desses abusos serem relativamente comuns na população geral e entre pacientes psiquiátricos, a eventual relação causal entre eles fica seriamente prejudicada”.

Importante pesquisa...
Antes de prosseguirmos, devemos explicar que “não está claro ainda se a denominação mais correta seria Transtorno Hipersexual, Hiper­sexualidade Patológica ou Comportamento Sexual Compulsivo. Escolhemos o termo hipersualidade por ser o utilizado na pesquisa, mas lembrem-se que o significado é o mesmo.

A pesquisa com ratos – os resultados apresentados estão relacionados às áreas do cérebro destes animais.
Após os ratos serem induzidos a terem crises límbicas crônica, “verificou-se que lesões bilaterais dos lobos temporais resultaram na síndrome de Klüver-Bucy. Esta síndrome tem como característica “o comportamento hiper­sexual e outros desequilíbrios do comportamento social. Lesões específicas do Sistema Límbico, como lesões da área septal, também têm demonstrado levar a aumento do comportamento sexual” (Ballone, on-line, 2005).

Através de estimulação elétrica nas estruturas límbicas, particularmente a área septal verificou-se que ali havia uma associação ao intenso prazer. Ballone (on-line, 2005) afirma que “a síndrome de Klüver-Bucy tem sido relatada no homem que podem ocorrer alterações da preferência sexual mais comumente do que hipersexualidade isolada1. No estudo ainda verificou-se a presença da hipersexualidade depois de tumores do lobo temporal, de lesão septal ou de AVC do lobo temporal. Relatou-se erotomania2 em pacientes com disfunção frontal e temporal.”
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1-Resolvemos aqui fazer uma consideração quanto a questão das alterações de preferência sexual. Acreditamos que estas preferências não dizem respeito às preferências relacionadas às pessoas do mesmo sexo. Devemos agora, lembrar que a homossexualidade foi retirada do DSM há algumas décadas e não é considerada um transtorno. Não consultamos nenhum outro estudo para fazer esta consideração apresentada, a nossa opinião se respalda em leituras realizadas no manual dos psiquiatras ou como é conhecida: A bíblia dos psiquiatras.  

2-Erotonomia – (sub. fem.) exageração, às vezes mórbida, dos sentimentos amorosos e do fascínio por contatos sexuais; mania de sexo.
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Particularmente acreditamos que, em alguns casos de pessoas que foram abusadas na infância de forma contínua, repetida por vários anos e por vários abusadores, podem levar sim a pessoa não à compulsão sexual, mas como alguém que necessita de aprovação através do sexo para se sentir amada. Assim, sujeita-se a praticar sexo com várias pessoas. E neste sentido, pode se confundir com a compulsão sexual.

A sensação de não ser amada e os muitos “rombos” emocionais podem levar as pessoas a se submeterem a práticas que, além de não preencher o seu vazio, trará o aprofundamento das raízes de amargura.

Um abraço mais que especial e até próxima postagem: Compulsão Sexual: Terceira Parte e depois, falaremos um pouco sobre as parafilias.
Rai Godoy
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Referências Bibliográficas

Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005
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