Sejam bem vindos todos e todas!
Estamos iniciando a primeira etapa de uma abordagem muito delicada que é a Compulsão Sexual.
Seremos simples e breves para que todos possam entender o assunto que, ao que parece, vem crescendo em dias atuais.
Vamos a leitura...
O que é Compulsão Sexual?
É uma enfermidade que envolve qualquer
tipo de atividade sexual incontrolável. Como é uma doença, qualquer pessoa sadia
pode se tornar enferma. No entanto, para ser considerado uma patologia,
é preciso perceber se a pessoa apresenta grande dificuldade em se concentrar em
outra coisa que não seja a realização de suas fantasias sexuais. Ou seja, a sua
compulsividade teria que afetar sua produtividade no trabalho, nas relações
sociais, afetivas e em sua autoestima. No entanto, Ballone (on-line,
2005) afirma que tanto do ponto de vista qualitativo quanto do quantitativo é complexa esta questão sexual.
Conforme CID.10 (Classificação
Internacional de Doenças, 10a.revisão), em F52 a compulsão sexual é
classificada como Apetite Sexual Excessivo.
Qual é a origem do comportamento
sexual compulsivo?
Conforme Ballone (on-line, 2005), este comportamento sexual compulsivo “pode ser reflexo de um aspecto
hereditário, de um aspecto médico, cultural, circunstancial, etário e pessoal.”
Pensando em números...
Qual é o percentual de pessoas
atingidas por esta enfermidade?
Segundo Coleman (1992) ocorre em
torno de 5% no total da população, mas em vista das limitações morais, por
embaraço, vergonha e sigilo dos envolvidos, este número pode estar muito abaixo
da realidade.
Ballone (on-line, 2005) apresenta pesquisa disponibilizada
pela Neuropsiconews que demonstram estudos realizados com 36 pessoas com CSC. Abaixo, algumas considerações verificadas no estudo:
92% delas, estavam realmente
preocupadas com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias
sexuais.
72% dessas pessoas tentavam resistir
ao comportamento sexualizado, apesar da falta de sucesso e perda de controle.
Grande parte delas experimentava
remorso pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e,
muitas vezes, inconsequentes.
75% também
preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas.
Estas estariam relacionadas à desinibição do comportamento suficiente para
permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha.
42% dessas pessoas reconheceram que
esse comportamento sexual afetava o casamento.
Os prejuízos sócio-ocupacionais com o
CSC incluem gastos financeiros, a traição as(os) parceiras(os), perda de amigos
ou a experiência da vergonha. Adiante, na segunda parte desta postagem, faremos mais considerações a respeito destes
prejuízos.
Particularmente, acreditamos que,
além do fator vergonha, a experiência do medo se faz presente nas pessoas que
têm problemas de compulsão sexual. Esta percepção é feita a partir das
conversas com pessoas que nos procuram pedindo ajuda.
Outro fator a ser considerado é a questão
dos compulsivos sexuais utilizarem-se do expediente do vício sexual para fugir
da realidade das emoções proporcionadas por esta condição. No entanto, o
comportamento compulsivo sexual não satisfaz a fome emocional e, diríamos ainda
que, nem a fome espiritual.
Enquanto alguns
estudiosos associam a palavra adicção (vício) para o indivíduo que têm CSC,
outros estudiosos argumentam que o termo adicção deveria ser monopólio dos
transtornos causados pelo uso de substâncias (as drogas).
Ballone (on-line,
2005) indica que, “a neurobiologia do abuso de substâncias tem sido
relativamente bem estudada, mas ainda não é perfeitamente evidente que os
mecanismos envolvidos na drogadicção sejam os mesmos envolvidos na
hipersexualidade”. Mas, Godoy (2016) encontrou respaldos em estudos realizados
em 2014 com o uso de tecnologia de ponta como a Tomografia Computadorizada e a
Ressonância Magnética, em que apontam para as reações do cérebro diante do
vício sexual em materiais pornográficos, semelhante ou mais intenso que o uso
de drogas. Citando Wilson, Godoy (2016) lembra que “os estudiosos chegaram à
conclusão que, todos os vícios levam às mudanças no cérebro, entretanto o vício
em pornografia é o que tem o maior potencial para viciar.” Mas estes estudos
não são finais e as pesquisas prosseguem.
O compulsivo sexual traz como característica
a hipersexualidade...
Conforme Ballone (on-line,
2005), hipersexualidade é o “aumento da sexualidade (desejo, fantasias e
atividade) para além do socialmente habitual. Os comportamentos sexuais nas *parafilias
costumam ser ritualísticos, ocultos e dissimulados, o que nem sempre (ou quase
nunca) acontece no CSC.
É certo que o CSC se caracteriza por
comportamentos sexuais impróprios, exagerados ou cognições que causam
sofrimento subjetivo e comprometimento das funções ocupacional e interpessoal. Esse
conceito agora apresentado deve ser utilizado de forma criteriosa para não
incluir nele todo o comportamento sexual.
Em suas pesquisas, Carnes (2000)
estabeleceu um ciclo em quatro etapas para o CSC.
A primeira etapa é a
preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe,
estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca
obsessiva de estimulação sexual.
A segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.
A terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.
A quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.
Esse autor termina observando que as
pessoas com CSC gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter
secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao
isolamento social e sexual.
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Vocês observaram as etapas estabelecidas por Carnes? Viu o que ocorre na quarta etapa? O desespero ocorre nestas etapa e sabem o que o CSC faz para aplacar o desespero e a horrível sensação de aflição? Recorre ao sexo para aliviar as tensões causadas pela sensação de impotência e, de novo, o indivíduo entra em desespero.
Este é um ciclo interminável e por isto Carnes chama de ciclo. Se o CSC não buscar ajuda, estará fadada ao fracasso contínuo e consequentemente a possibilidade de suicídio como única saída para a sua condição de escravidão, auto tortura, etc.
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* Em breve, estaremos estudando um pouco a respeito das parafilias que, muitas vezes são confundidas com comportamento sexual compulsivo.
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Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb
Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005
Carnes P, Schneider JP - Recognition and management of
addictive sexual disorders:
guide for the primary care clinician. - Lippincotts Prim Care Pract 2000 May-Jun;4(3):302-18.
guide for the primary care clinician. - Lippincotts Prim Care Pract 2000 May-Jun;4(3):302-18.
Godoy, RS - Pornografia na internet: danos ou benefícios? 2016
Coleman, E. -
Is your patient suffering from compulsive sexual behavior? Psychiatr Annals
22:320-325, 1992.
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Um abraço fraterno aos nossos fiéis leitores e colaboradores.
Ganharam o livro - Quebrando Cadeias - do Pr Celso Godoy, nossos colaboradores abaixo:
Carlos Antonio Nunes da Silva
Cleber Ferreira
Favor enviar endereço para o e-mail raigodoy@hotmail.com para que seu livro seja enviado a você!
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm dos aspectos mais destrutivos da dependência sexual é o fato de eu carregar dentro de si, literalmente, meu suprimento.
ResponderExcluirParar com o sexo compulsivo é mais difícil do que as outras compulsões, ele vem antes e continua depois.